Recomendou-lhe Jesus: Não me detenhas.”João 20.15, 17
É uma maravilhosa previdência de Deus que a primeira pessoa a quem o Senhor ressuscitado apareceu tenha sido uma mulher, e que ela tenha sido também a primeira pessoa que se incumbiu de proclamar o evangelho da ressurreição a outros.
Não seria isso uma afirmação da feminilidade num tempo em que as mulheres não eram consideradas testemunhas confiáveis? Essa mulher privilegiada foi Maria Madalena. Os Evangelhos não dizem muito sobre ela. Mas sabemos que ela esteve ao lado da cruz até o amargo fim e seguiu o cortejo fúnebre até o jardim e viu Jesus ser sepultado. Trinta e seis horas depois, ela e outras mulheres voltaram, encontraram a entrada do sepulcro aberta e constataram que o corpo havia desaparecido. Então ela correu para alertar Pedro e João do acontecido. Eles foram depressa até o sepulcro, enquanto ela os seguiu devagar. Quando chegou lá novamente, eles já haviam partido e ela estava só.
Primeiro vemos Maria chorando, pois pensava ter perdido aquele que a tratara com dignidade, amor e respeito. Jesus, no entanto, não a havia deixado, como ela pensava. Ao contrário, ele estava ali a seu lado, ressuscitado, mas ela não o reconheceu. Depois, ela está agarrada a Jesus. Ele lhe diz: “Não me detenhas” (v.17). Os apóstolos foram convidados a tocar o corpo de Jesus a fim de constatar que ele não era um fantasma; a razão por que Maria foi proibida de segurá-lo é que seu gesto simbolizava o tipo errado de relacionamento com o Messias ressurreto.
Maria precisava aprender que não poderia retomar a velha amizade familiar de que desfrutara antes com Jesus. Uma vez que ele subisse aos céus, um novo relacionamento se tornaria possível.
Ao imaginarmos Maria chorando e se agarrando ao Mestre, percebemos os erros contrastantes que cometeu. Ela chorou porque pensou que o havia perdido para sempre, e agarrou-se a ele porque pensou que o tinha de volta do mesmo modo de o tivera antes.
Rev. Jonas M. Cunha (extraído de A BÍBLIA TODA O ANO TODO)