segunda-feira, 31 de março de 2014

FOME E SEDE DE JUSTIÇA

“Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça porque serão fartos.” Mateus 5.6


A quarta bem-aventurança retrata a verdadeira alegria do faminto de justiça, não pela fome em si, mas pelo suprimento prometido. O faminto de justiça é aquele que já se viu totalmente miserável diante de Deus (pobre de espírito), por isto arrependeu-se do seu pecado (chorou e chora), e já não se irrita com as ofensas recebidas (manso). Esta bem-aventurança trata de um profundo anseio do coração. Será que você e eu apresentamos esta característica como filho de Deus e cidadão do Reino?
 I- A expressão “Fome e Sede” – a vida na Palestina da época de Jesus era dura. Uma família de camponeses tinha um salário médio muito baixo. Muitas daquelas pessoas que ouviam Jesus tinham que trabalhar o dia inteirinho para ganhar o seu sustento diário. Morando num país seco e árido, eles sabiam o que era ter sede. É neste contexto que Jesus fala. Não de uma fome como a que sentimos quanto passamos da hora costumeira de comer; é aquela fome que provoca dor, de quem se sente morrendo por não ter o que comer e não ter o que beber. Quão forte é o meu desejo de justiça; quanta força de vontade eu tenho para andar nos caminhos do Senhor? (Salmo 42.1,2: 63.1). O filho pródigo ao sentir fome comeu da própria comida dos porcos, mas quando estava morrendo de fome voltou ao pai (Lucas 15.11-32).
II- A expressão “Justiça”. Aqui não o sentido de “justiça legal”, como na justificação; nem de “justiça moral”, como caráter e conduta que agradam a Deus; ou ainda “justiça social”. Aqui, no contexto do Sermão do Monte, a ideia que mais se enquadra é Santidade. Quando eu tenho fome e sede de justiça, eu almejo me libertar do pecado em todas as suas formas e manifestações. Ou seja, o profundo anelo de ver-se livre do pecado, livre do poder do pecado, e livre do próprio desejo de pecar. O desejo de ser Santo – como Cristo (experimentar a libertação do pecado na minha vida – Tt 3.5).
III- Serão fartos”. A felicidade é resultante da busca de santidade. E quanto mais transformados a imagem de Jesus, um maior desejo de mais ainda se parecer com Ele (2 Co 3.18). Para isto é necessário ler a bíblia, orar, ler biografias de pessoas que andaram pelo caminho de santidade, evitar tudo que sufoca nosso apetite espiritual.  Como está o seu apetite espiritual?
Rev. Jonas M. Cunha – Adaptado.

segunda-feira, 24 de março de 2014

UM APELO AOS PASTORES

“Pastoreiem o rebanho de Deus que está aos seus cuidados...” 1 Pedro 5.2


Pastoreio como metáfora para liderança é uma expressão recorrente nas Escrituras. Javé é o pastor de Israel. Líderes políticos também receberam esse mesmo título, mas foram rejeitados porque permitiram que suas ovelhas se dispersassem (Ez 34). Jesus tomou sobre si a função de Bom Pastor, aquele que conhece, conduz, chama, ama, alimenta suas ovelhas e dá a vida por elas.
 É comovente a maneira com que Pedro se dirige aos líderes da igreja. Ele faz um apelo para que eles pastoreiem o rebanho de Deus, no entanto, esse era o seu ministério (“cuide das minhas ovelhas” – Jo 21.18) quando o Senhor o chamou pela segunda vez, à beira do mar da Galiléia. É provável que Pedro estivesse pensando nisso quando fez o apelo para que os líderes da igreja pastoreassem o rebanho de Deus. Seu apelo inclui três antíteses:
 1. Os pastores devem ter um espírito voluntário. Devem servir “não por obrigação, mas de livre vontade, como Deus quer” (1 Pe 5.2). A simples idéia de servir a Deus por obrigação é grotesca.
2. A motivação deles deve ser livre de qualquer interesse. “Não façam isso por ganância, mas com o desejo de servir” (v.2). No entanto, ao longo da história, têm surgido muitos interesseiros tentando ganhar dinheiro com o ministério. No mundo antigo, havia um grande número de impostores que ganhavam a vida se fazendo passar por mestres itinerantes. Paulo, entretanto, abriu mão de seu direito de receber ajuda e trabalhava para se sustentar, demonstrando assim que sua motivação era sincera. Infelizmente ainda vemos muitos evangelistas mal-intencionados buscando enriquecer por meio de apelos financeiros.
3. A conduta dos pastores deve ser humilde. “Não ajam como dominadores dos que lhes foram confiados, mas como exemplos para o rebanho” (v.3). Jesus advertiu seus discípulos claramente sobre isso. “Os governantes das nações as dominam”, ele disse, e “exercem poder sobre elas. Não será assim entre vocês” (Mc 10.42-43). Ao contrário, os líderes cristãos devem exercer seu ministério com humildade. Eles devem liderar não pela força, mas pelo exemplo.
John Stott (A Bíblia toda, o ano todo) 
Rev. Jonas M. Cunha 

segunda-feira, 17 de março de 2014

MANSO

“Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra.” Mateus 5.5


As bem-aventuranças estão numa seqüência certa, dada por Jesus. Assim, a mansidão só é possível para o que é “pobre de espírito” (aquele que reconhece sua total pobreza espiritual diante da riqueza que há em Jesus e a Ele se rende) e para o que “chora” pelos seus pecados pois se vê como realmente é, perde as ilusões a seu respeito, vê-se como miserável pecador.
 I – Significado de Manso – Aqui temos um conceito totalmente diferente do mundo, pois os vencedores para o mundo são as pessoas auto-suficientes, auto-confiantes, que brigam e lutam. (cavalo chucro X cavalo manso).
A palavra “manso” indica aquela pessoa que entregou a Deus tudo o que tem e todos os seus direitos pessoais, de tal forma que adquire verdadeira confiança no fato de Deus estar cuidando de tudo que lhe foi entregue. Isto dá a esta pessoa tranqüilidade, gentileza e faz com que ela perca a ira e a preocupação já que ela nada possui, tudo pertence a Deus.  Passa a considerar tudo o que tem como lhe tendo sido emprestado por Deus para Seu trabalho e glória.
Os mansos não tem IRA quando outros estragam os seus bens; nem PREOCUPAÇÃO, não gasta sua energia e capacidade, mas deixa que Deus as controle.
 II – Exemplos de Mansidão - (1)Abraão – Gn 13.8-12; (2)Moisés – At 7.20-22; Hb 11.24-25; (3)Davi – suportou as ofensas e maus tratos de Saul; (4)Cristo – Mt 11.28,29; 1 Pe 2.23.
 III – Como adquirir a mansidão – (1) Reconhecendo que não tem sido manso (tem reclamado); (2) aprimorando-se nas duas bem-aventuranças anteriores; (3) Identificando o que provoca ira e preocupação e entregar para que Deus tome o controle; (4) Agradeça desde já o que ocorrerá.
 IV – A recompensa dos mansos – “possuirão a terra” e a nova terra. Vale a pena entregar tudo, pois ganhamos tudo do Senhor (2 Co 6.10).
 Rev. Jonas M. Cunha

segunda-feira, 10 de março de 2014

O PLANO DE NEEMIAS

“Então orei ao Deus dos céus, e respondi ao rei.” Neemias 2.4-5


Veremos hoje mais duas lições que podemos aprender com Neemias:
O líder cristão busca a ajuda de Deus e das pessoas. Quando o rei perguntou a Neemias o que ele queria, ele primeiro “orou ao Deus dos céus” e então pediu permissão ao rei para ir a Jerusalém e reconstruir a cidade.  Ele não foi superespiritual a ponto de clamar somente a Deus e considerar a ajuda humana supérflua, nem excessivamente confiante nos recursos humanos, de modo a considerar a oração desnecessária.
 Orar e agir não são atitudes incompatíveis. Não precisamos escolher entre oração e ação. Ambas são necessárias, e uma sem a outra pode levar a um perigoso desequilíbrio. Fica evidente nos dois primeiros capítulos de Neemias que ele era um homem de oração.  Mas isso não o impediu de pedir permissão ao rei para ir a Jerusalém, nem de pedir cartas de salvo-conduto aos governadores das províncias próximas ao Eufrates, além de uma carta adicional a Asafe, guarda da floresta do rei, pedindo-lhe para fornecer madeira para as obras de reconstrução.
 O líder cristão faz planos realistas. O mundo costuma fazer pouco caso dos sonhadores. “Lá vem aquele sonhador!”, diziam os irmãos mais velhos de José. “Vamos matá-lo, e então veremos o que será de seus sonhos”. Os sonhos noturnos geralmente desaparecem com a luz suave da manhã. Assim, os sonhadores precisam se tornar pensadores, planejadores e trabalhadores. Pessoas de visão precisam se tornar pessoas de ação.
 Neemias, apesar de inspirado pela visão de reconstruir a cidade, precisou fazer planos. Logo que chegou a Jerusalém, ele decidiu fazer um reconhecimento pessoal da situação, saindo á noite para examinar os muros de Jerusalém. Assim, a verdadeira liderança inclui visão e ação, sonhos e planos.
Extraído de “A Bíblia toda, o ano todo” – John Stott
Rev. Jonas M. Cunha

quinta-feira, 6 de março de 2014

É MELHOR RESISTIR

“Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de vós.” Tiago 4.7


Um inteligente menino, que havia aprendido sobre os males da bebida e que havia se comprometido a evitá-la, visitou, certa vez, um tio rico que lhe ofereceu um copo de vinho. O menino recusou. Desejando ver até que ponto o menino seria capaz de resistir, insistiu e, por fim, ofereceu-lhe um relógio novo caso ele aceitasse beber o vinho. O menino recusou, dizendo: “Por favor, não me tente. Se eu me mantiver abstêmio, um dia poderei comprar, eu mesmo, um relógio. Mas, se eu beber e aceitar o seu relógio de presente, talvez eu tenha, um dia, que penhorá-lo para obter pão”.
 O mundo nos tenta, a cada dia, com prazeres que podem nos levar à destruição total. Muitos desses prazeres têm aparência ingênua, inofensiva e até agradável. Até pensamos que somos fortes suficientes para não nos deixar enredar ou prender, mas, quando percebemos, já é tarde demais.
 É necessário que estejamos firmes em Cristo. Ele nos protege, nos dirige, nos liberta. Às vezes, por um simples descuido, perdemos a paz, a alegria, a bênção de Deus.
 Melhor é resistir ao mal, ficar longe dele, evitá-lo a todo custo. Quem não experimenta o vício, não se vicia. Quem não se move ladeira abaixo, não tem de se esforçar para subir novamente. Quem não se mete em atalhos desconhecidos, não precisa se inquietar para achar novamente o Caminho.
 Quando estamos determinados a resistir ao mal, o Senhor nos ajuda e nos fortalece.  Quando nos deixamos vencer pela tentação, perdemos o contato com Deus, o nosso coração se entristece e os dias felizes se tornam muito mais escassos.
 Se você não consegue resistir aos enganos deste mundo que se apresentam com uma aparência ingênua, mas que na realidade, de ingênuo só tem a aparência, peça forças a Deus. Ele lhe ajudará. Não se deixe levar pelo mal, tenha ele aparência ingênua ou não. Resista. É melhor resistir.
Rev. Paulo R. Barbosa adaptado pelo Rev. Eli Ferreira.