terça-feira, 29 de outubro de 2013

A Igreja e o local onde é Plantada

“Louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso, 
acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos”. Atos 2.42



A palavra “gueto” refere-se, originalmente, ao “bairro onde os judeus eram forçados a morar, em certas cidades europeias (durante a guerra iniciada pelos nazistas); por extensão: bairro, em qualquer cidade, onde são confinadas certas minorias por imposições econômicas e/ou raciais”.  Ao aplicar esta palavra para a igreja, referimo-nos ao fato de que a igreja vive confinada dentro das quatro paredes do templo, isolada do local em que está plantada, sem se relacionar com o bairro ou cidade em que está plantada.
 Atos 2.42-47 registra como a igreja, recém-nascida, no dia de Pentecoste, vivia. A princípio, o texto mostra um modo de vida bastante focado nas próprias pessoas que faziam parte da igreja. As pessoas da primeira comunidade cristã estavam sempre juntas estudando a Palavra, orando, celebrando a ceia, e em comunhão, compartilhando inclusive os bens para ajudar os necessitados. Eles além de irem ao templo, também se reuniam nas casas uns dos outros, vivendo em união. Então, no verso 47 somos informados de que a igreja gozava de boa reputação, ou, eram elogiados pelo povo, e crescia em número.
 A questão que nos chama a atenção é: como que a igreja tinha aprovação do povo e aumentava o número dos que iam sendo salvos, se ela vivia sempre junta, em comunhão? A resposta é relevante para nós, pois, vivemos em tempos em que a igreja parece que vive isolada do mundo, falando uma linguagem própria, com programações e atividades próprias, fechada à comunidade, voltada para si mesma, e por isto mesmo criticada pelo povo e diminuindo em número. 
 O que o texto não diz diretamente, mas está implícito nas entrelinhas é que, apesar de viverem unidos, eles não estavam fechados para as pessoas ao seu redor.  Eles convivam com os irmãos da igreja, mas também se relacionavam com as pessoas de fora da igreja, imitando o modo de vida de Jesus. Ou seja, a igreja não vivia num gueto, mas envolvia-se com a comunidade em que estava inserida. Como diz o comentarista I. Howard Marshall: “A atividade evangelizadora da Igreja continuava diariamente. Na medida em que os cristãos eram vistos e ouvidos pelo restante do povo em Jerusalém, suas atividades formavam uma oportunidade para o testemunho” (Atos – introdução e comentário).
 Que a nossa igreja possa seguir este bom exemplo, entendendo que a igreja cresce por ação de Deus através dos crentes, e que, portanto, nossa igreja tem um papel a desempenhar no local em que foi plantada.
Rev. Jonas M. Cunha

Você está honrando a Deus?

“Honra ao SENHOR com os teus bens e com as primícias de toda a tua renda”. Provérbios 3.9


A Bíblia nos ensina que tudo que existe na terra pertence a Deus (Sl 24.1). Dele é o ouro e a prata (Ag 2.8). Ele é dono de tudo, e na Sua benevolência nos sustenta (Sl 145.15, 16). Tudo que possuímos vem do SENHOR (1 Cr 29.14). Diante desta realidade o autor de Provérbios nos ensina a honrar a Deus com os nossos bens, e nos garante que o resultado será recompensador. Quase com as mesmas palavras, mas num outro contexto, o profeta Malaquias nos manda fazer uma prova: “Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha cada; e provai-me nisto, diz o SENHOR dos Exércitos, se eu não derramar sobre vós bênção sem medida” (Ml 3.10).
 Por tudo o que já foi exposto, fica evidente que Deus não depende de nós e do nosso dízimo ou oferta, mas nós é que precisamos dele, de Sua provisão.  Tudo que temos vem dele, desta forma, não só o dízimo (10%), mas também os outros 90% pertencem ao SENHOR e nos são confiados para que administremos da melhor maneira.  Assim, dizimar é uma forma de servirmos a Deus, de honra-lo, e dele nos abençoar mais.
 Há três lições preciosas a respeito do dízimo que gostaria de compartilhar com os irmãos:
1º) É uma questão de obediência e fé. Jesus reafirma o nosso dever trazê-lo a casa de Deus (Mt 23.23);
2º) É uma questão de gratidão e amor. Provamos nosso amor, e reconhecemos que a nossa salvação vale muito mais (2 Co 8.8; 9.7);
3º) É uma questão de fruto, evidência de salvação. É algo natural na vida do crente, de uma pessoa regenerada (Lc 19.8,9).
 É considerado privilégio, e motivo de alegria. Vale lembrar que Abraão deu o dízimo, muito antes da lei, ou mesmo do nascimento dos filhos de Levi (Gn 14.18-20; Hb 7.1-7).
 Portanto, meus irmãos, dízimo é questão de prioridade, de disciplina. Está errada a atitude daquele que pensa “se sobrar eu vou dar o dízimo”. Ou temos fé ou não temos (Tg 2.14). Cremos que o Senhor vai nos sustentar, mesmo que entreguemos o dízimo, ou então não acreditamos no poder e nas promessas de Deus (Mt 6.33). Ou cumprimos com o compromisso que fizemos ao nos tornar membros da igreja, ou nos tornamos culpados perante o Senhor e desonramos nosso Deus (Ec 5.5-6).
 Rev. Jonas M. Cunha

Preço Pago

“Vocês foram comprados por alto preço. Portanto, glorifique a Deus”. 1 Corintios 6.20


             Entre todas as passagens bíblicas, o verso “sendo justificados gratuitamente por sua graça” (Rm 3.24) lido paralelamente com 1 Co 6.20, desperta emoções diante do que a Escritura relata sobre o grande amor de Deus por nós. Em João 3.16, o evangelista se esforça por descrever esse amor.  Ele não encontra expressões que pudessem exprimir esse amor, porque sente mesmo que não há como descrevê-lo.
 Aqui está a resposta de Deus para o nosso grande problema: ele conserta e restaura o homem em nome de Jesus por meio do amor e da graça. Isto não quer dizer que as pessoas melhorem de repete (pois é isto que se espera de cada um que aceita Jesus como Senhor e Salvador). Esteja o nosso pecado à vista ou cuidadosamente escondido no subconsciente, “todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus” (Rm 3.23). Por isso, tanto o ladrão e o assassino como o executivo e o industrial, o cortador de cana e o varredor de lixo, o médico e os políticos; todos estão condenados.
 Será que Deus deixou de se entristecer com o nosso pecado? Sabemos que, como justo juiz, existem duas coisas que ele nunca fará: condenar o inocente e inocentar o culpado. Então, como pode admitir que restabeleçamos relações com ele e ainda permanecer justo?
 Veja bem: é mais ou menos como o guarda que multou um motorista que não tinha o dinheiro para pagar a multa. Ele pensou: eu não posso fechar os olhos e ainda manter a minha honra como oficial da ordem; assim, ao chegar em casa, o motorista encontrou a intimação para pagar a multa, mas junto com ela, o dinheiro para pagá-la. Deus deu o seu Filho, o Senhor Jesus, para morrer na cruz em nosso lugar. Ele pagou a multa a fim de que pudéssemos sair livres; pagou a multa a fim de que pudéssemos sair livres; pagou o preço total. A nossa fé pode estender a mão e aceitar esta dádiva, reconhecendo: sou livre porque Jesus Cristo pagou o preço.
 Seu preço está pago. Você já se deu conta disto?
 Rev. Jonas M. Cunha

Santidade

“Sejam santos em tudo o que fizerem, assim como Deus, que os chamou, é santo”.

1Pedro 1.15



A raiz do significado da palavra santo é “ser diferente”. A Bíblia, por exemplo, considera o sétimo dia “santo” porque ele é diferente dos outros dias. O templo é chamado “lugar santo” porque ele é diferente dos outros edifícios.
 O modelo para a santidade é o próprio Deus – porque, acima de qualquer outra coisa, a santidade significa estar separado de tudo o que é mau, profano e impuro.  Nada e ninguém é tão santo como Deus.  Como membros do povo de Deus, os cristãos são chamados para a santidade.
 Os crentes são diferentes de todas as outras pessoas.  Eles foram escolhidos por Deus e colocados à parte. Foi-lhes dada a alta responsabilidade de viver para Deus neste mundo, e o glorioso privilégio de viver com Ele na eternidade.
 Os filhos deste mundo, por sua vez, fizeram deste mundo o seu lar e vivem exclusivamente para si mesmos.  Encontram eles alguma felicidade e prazer terrestre, mas no final serão como o relâmpago – excitante, quente, fulgurante – mas de curta duração.
 Durante este mês, reflita sobre a alegria e a responsabilidade de ser diferente.  Pela graça perdoadora e poder renovador de Jesus Cristo, também podemos ser santos. Podemos viver agora os reflexos da ressurreição, vida de qualidade total.
 Oração: Pai, chamaste-nos para a santidade. Jamais seremos santos como Tu, mas pela graça restauradora de Jesus, ajuda-nos a ser separados para a honra e glória do teu nome. Amém.
 Rev. Jonas M. Cunha
(Extraído de Cada Dia)

O Cenáculo

“Jesus entrou, pôs-se no meio deles e disse: Paz seja com vocês! 
...Assim como o Pai me enviou, eu os envio”. João 20.19,21


A versão de João para a Grande Comissão está permeada por quatro expressões curtas e incisivas, que Jesus proferiu aos seus discípulos. Primeiro Jesus lhes deu uma garantia de paz. Na noite do primeiro dia de Páscoa, os apóstolos estavam reunidos a portas fechadas, cheios de medo.  Então Jesus veio e se colocou entre eles, e ministrou paz a suas mentes e consciências atribuladas. Shalom era saudação convencional, mas tem aqui um significado mais profundo. Jesus mostrou aos discípulos suas mãos e seu lado, confirmando sua palavra com um sinal, como na Ceia do Senhor.
 Segundo, Jesus lhes deu um modelo de missões. “Assim como o Pai me enviou, eu os envio” (v. 21). A missão de Jesus envolveu a encarnação, descrita como “o exemplo mais espetacular de identificação transcultural na história da humanidade”. Ela foi identificação total, porém sem perda de identidade, pois ao tornar-se um de nós ele não deixou de ser ele mesmo. Agora ele nos envia ao mundo como o Pai o enviara. Toda missão autêntica é missão encarnacional, ou seja, implica necessariamente entrar no mundo das pessoas.
 Terceiro, Jesus lhes deu uma promessa do Espírito Santo. Ele soprou sobre eles e disse: “Recebam o Espírito Santo” (v.22). Os discípulos não saíram para proclamar o evangelho por conta própria. Missão sem o Espírito Santo é impossível. É ele quem nos equipa e capacita para o evangelismo. Em outro lugar Jesus disse aos discípulos que esperassem a vinda do Espírito. Seu sopro sobre eles foi uma parábola encenada confirmando a promessa que eles receberiam mais tarde.
 Quarto, Jesus lhes deu o evangelho da salvação: “Se perdoarem os pecados de alguém, estarão perdoados; se não os perdoarem, não estarão perdoados” (v.23). Trata-se de mais uma afirmação controversa, sobre a qual a Igreja Católica Romana tem baseado a afirmação de que os sacerdotes têm autoridade judicial para ouvir confissões e conceder o perdão. Em nenhuma ocasião sequer, no entanto, os apóstolos exigiram confissão ou concederam absolvição. Antes, pregaram o evangelho da salvação com autoridade, prometendo o perdão para aqueles que cressem e o juízo para os que o recusassem.
 Rev. Jonas M. Cunha
(Extraído de A Bíblia Toda o Ano Todo, de John Stott)

Santa Ceia

“Fazei isto em memória de mim”. Lucas 23.19

Definição – “Ceia do Senhor (Santa Ceia ou Eucaristia) é o sacramento no qual, dando-se e recebendo-se pão e vinho, conforme a instituição de Cristo, anuncia-se a sua morte e, aqueles que participam dignamente, não de maneira temporal e carnal, tornam-se participantes do corpo e do sangue, com todas as suas bênçãos, para o seu alimento espiritual e crescimento em graça” (Breve Catecismo, resposta à pergunta 96). Leia 1Co 11.23-26; At 3.21 e 1 Co 10.16.
 Sua Natureza – Assim como a Páscoa representa, no Velho Testamento, a libertação dos judeus do cativeiro egípcio, assim a Santa Ceia, no Novo Testamento, simboliza a nossa libertação do poder do pecado, mediante o sacrifício de Cristo.
Esse sacramento, é, portanto, um símbolo ou memorial da morte redentora de Jesus.  E é como tal que o celebramos, em obediência à ordem de Cristo: “Fazei isto em memória de mim” (Lc 22.19). Repudiamos, por isto, a doutrina da transubstanciação. Onde há memorial, não há presença. É de se notar que também nas Igrejas Reformadas os fiéis participam dos dois elementos da Ceia – o pão e o vinho.
 Preparação e Meio de Graça – A participação da Ceia do Senhor exige preparo prévio e cuidadoso por parte do crente, para que a receba de maneira digna.  Não se pode exagerar a necessidade desse preparo.  Paulo adverte que “qualquer que comer o pão ou beber o cálice indignamente, será culpado do corpo e do sangue do Senhor” (1 Co 11.27). 
Estas palavras, porém não foram escritas para assustar-nos, afastando-nos da participação da Ceia.  Elas nos são dirigidas para tornar-nos conscientes do caráter sagrado do sacramento e da necessidade de buscarmos, na presença de Deus, o perdão e a graça indispensáveis para que dele participemos de maneira própria.  O apóstolo deixa bem claro que era esse o propósito de sua exortação, quando acrescentou: “examine-se, pois, o homem a si mesmo e assim coma do pão e beba do cálice” (I Co 11.28).
A participação da Santa Ceia é um dos mais ricos privilégios da vida do crente que tem, neste sacramento, precioso meio de graça instituído por Cristo para o robustecimento espiritual dos que nele creem.
 Rev. Jonas M. Cunha
(Extraído de Iniciação Doutrinária- Américo Ribeiro)

Deus que vê

“Tu és Deus que vê...”. Gênesis 16.13


A Bíblia fala que Deus nos vê. Ele é diferente dos ídolos que “Têm boca e não falam; têm olhos e não veem” (Salmo 115.5). Seus olhos contemplam os maus e os bons – Prov 15.3. Ele viu que a maldade do homem havia se multiplicado quando enviou o dilúvio – Gên 6.5, 11-12. Ele vê o nosso coração – 1 Samuel 16.7. O Senhor vigia por nós – Salmo 121.3.
 No texto de Gênesis capítulo 16, do verso 1 ao 16, vemos a história de Hagar. Essa mulher passava por um momento de angústia e desespero. Com medo estava fugindo, mas não sabia exatamente o que fazer. Deus viu a sua aflição. O Criador do universo não só a “viu”, como a chamou pelo nome, e proporcionou oportunidade de diálogo, perguntando: “donde vens e para onde vais”?
 Segundo um comentarista, “este é o único exemplo conhecido na literatura do antigo Oriente Próximo no qual um ser divino chama uma mulher pelo nome”. Deus envia o Seu anjo, num paralelo muito próximo com a anunciação a Maria sobre o nascimento de Jesus.
 A preocupação do Senhor pela serva egípcia, naquele momento doloroso, em que Ele a achou (v.7), nos ensina que: Deus me vê quando eu estou passando por momentos de angústia e aflição. O meu Deus é vivo, Ele me vê, e se importa comigo!
 Outra lição preciosa é que, assim com Ele foi ao encontro de Hagar, e a Sua palavra trouxe a ela ânimo e orientação (v.9-12), naquela hora de desespero, Ele também vem ao nosso encontro com Sua palavra que nos dá alento e sabedoria para agir (Salmo 19.7). Suas promessas nos renovam a fé.
 Finalmente, nós temos a reação, a resposta daquela mulher: ela invocou o nome do SENHOR (v.13) e os versos 15 a 16, nos mostra que ela atendeu à voz do anjo.  Também nós temos que reagir e dar uma resposta diante da Palavra de Deus a nós enviada. Ou aceitamos e obedecemos humildemente, ou rejeitamos, e orgulhosos nos afastamos do Senhor e nos rebelamos contra Ele.
 Você está passando por alguma angústia ou aflição? Volte-se para o Deus que te vê (v.13 b)!
Rev. Jonas M. Cunha

Igreja? Lugar de pecadores!

“Irmãos, se alguém for surpreendido nalguma falta, vós que sois mais espirituais, corrigi-o 
com espírito de brandura; e guarda-te para que não sejas também tentado”.(Gal. 6:1)


Você se lembra de quantas vezes já cometeu erros desobedecendo a ordens ou leis?
Então... o apóstolo Paulo, no versículo acima, está falando possivelmente de algum irmão que foi surpreendido inadvertidamente com “a boca na botija”. Talvez tenha sido intempestivo no seu momento de ira ou mesmo desonesto num determinado negócio.
Creio ser esse o momento próprio para esclarecermos quem são verdadeiramente os participantes da igreja de Cristo:
Não são os perfeitos, os melhores, os bons. Mas são, sim, aqueles que reconhecem que são fracos, débeis, dependentes e sedentos de crescer no entendimento e intimidade com Deus. São aqueles que, na caminhada cristã, vão percebendo seus erros e desejam aprender com Deus a ajudar também aos outros.
A propósito, convém que saibamos quem são os que foram chamados para igreja que Cristo veio iniciar. Jesus esclarece isso em Mat 5:31e32: “Os sadios não precisam de médico, e sim os doentes. Não vim chamar justos e sim pecadores ao arrependimento”.
A igreja de Cristo é, então, uma reunião de pessoas que reconhecem a sua miséria e suplicam por misericórdia.
É interessante, mas existem dois grupos que não entenderam seu lugar na história da igreja de Cristo:
O primeiro grupo é constituído de pessoas que, por frequentarem as reuniões da igreja, pensam ser superiores. Isso não é verdadeiro! O que acontece sim é que, por estarmos reunidos ao redor das escrituras sagradas, o Espírito Santo vai trabalhando o caráter de Cristo em nós. Mas isso não nos torna superiores aos outros, mas nos torna mais dependentes de Deus.
O segundo grupo é constituído por aqueles que criticam os que estão na igreja por não darem um bom exemplo e por se comportarem erradamente. Sendo assim, não precisam se reunir porque são melhores ou iguais aos que lá frequentam. Esses olham os erros dos outros para justificar os seus.
O apóstolo Paulo segue advertindo assim: “Levai as cargas uns dos outros e, assim, cumprireis a lei de Cristo. Porque se alguém se julga ser alguma coisa, não sendo nada, a si mesmo se engana”.(Gal 6:2)                                  
Rev. Daniel Márcio IP Bonfiglioli

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Deus, Paciente e Firme

“... E o SENHOR fechou a porta após ele”. Gênesis 7.16 b



Uma das histórias preferidas das crianças pequenas é a história de Noé. Podemos destacar três fatos importantes desta história: 1°) O Mundo Sob as Conseqüências do Pecado; 2º) Um Homem Obediente; 3º) Um Deus Paciente e Firme.
1°) O Mundo sob as conseqüências do Pecado. Vemos, no contexto maior, que à partir de Gênesis 2.4, e mais especificamente, de Gênesis 5.1, fica realçada a nova situação da humanidade, após a queda de Adão e Eva. O pecado, agora, em plena propagação via produzir morte, além de tristeza e sofrimento (Rom 6.23 a). Isto fica evidente na narrativa dos descendentes de Adão no capítulo 4, e o estribilho do capítulo 5 de Gênesis.  Apesar de viverem muitos anos, a história sempre termina do mesmo jeito: “e morreu”. (Exceção feita somente a Enoque). No início do capítulo 6, vê-se, então, a generalização da maldade entre os habitantes da terra, a ponto de Deus resolver fazer desaparecer da face da terra o ser humano. Primeira lição: todo homem é pecador.
 2º) Um Homem Obediente. Porém, em meio a corrupção, um homem se destaca. Não por mérito próprio (“achou graça” – v.8). Ele também era um pecador mortal, porém, ele andava na companhia de Deus. No verso 9 lemos que Noé era homem justo (reto) e ìntegro (sincero) para com Deus, “entre os seus contemporâneos. Logo depois de receber as instruções de Deus a respeito da construção da arca, sem questionar (sem achar que era difícil demais para ele, ou que ele não tinha recursos, conhecimento, ou experiência), ele prontamente obedeceu, se pôs a trabalhar – Gn 6.22). Temos exemplo do próprio Senhor Jesus, além de incentivos e a promessa de que o nosso trabalho para ele “não é em vão” (1 Co 15.58). Segunda lição: se ele conseguiu não se corromper e obedecer ao Senhor, nós também podemos (veja Fp 2.15).
                 3º) Um Deus Paciente e Firme. Noé levou 120 anos para construir a arca.  Enquanto construía, anunciava a mensagem de Deus (Hb 11.7). Ninguém creu, além de sua família, e ainda devem ter zombado dele. Mas Deus deu todo este tempo de chance, e depois de pronta a arca, deu mais 7 dias (Gn 7. 9 e 10). Então cumpriu Sua palavra: “fechou a porta após ele” (v.16). Acabou a chance. Não havia mais tempo para arrependimento. Lição: a Santa Ceia é uma oportunidade do crente por a vida em ordem diante de Deus. E se você ainda não reconheceu a Cristo como Salvador: “Buscai ao Senhor, enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto” (Is 55.6).                Rev. Jonas M. Cunha

A BASE DA ESPERANÇA

“...Quem ouve (as) minhas palavras e as pratica é  como um homem... que construiu a sua casa sobre a rocha.” Mateus 7.24



  Nosso Deus, que planejou a família, deixou-nos orientação segura para que vivamos bem.  O amor, a paz e a harmonia devem reinar em qualquer tempo e em qualquer situação. Os valores do Criador estruturam a família.  Seus conceitos definem a essência do bem e do mal e indicam a diferença entre o caminho certo e o que é errado.
  Jesus concluiu a mensagem do Sermão do Monte, assim: “(Quem) ouve estas minhas palavras e as pratica é como um homem prudente que construiu a sua casa sobre a rocha. Caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram contra aquela casa, e ela não caiu, porque tinha seus alicerces na rocha.”
 A estabilidade de uma família não reside na ausência de problemas ou situações difíceis.  A casa do homem prudente e a casa do homem insensato sofreram o mesmo impacto das chuvas e ventos.  Mas a casa construída na rocha resistiu à tempestade, a da areia, não.  A diferença entre essas duas casas está na base.
            Deus nos oferece em Jesus orientação, direção, firmeza, sabedoria, proteção.  Se praticarmos seus ensinamentos, temos a garantia de uma vida bem estruturada, forte, pronta para enfrentar tempestades.  Não estaremos isentos de problemas, mas Deus nos assegura que “não haverá impossíveis em todas as suas promessas” (Lucas 1.37).
 Pense: A base firme e segura para a família é a obediência aos princípios e mandamentos do Deus Eterno.
 Rev. Jonas M. Cunha (Extraído de Cada Dia)

SENHOR

“Esteja absolutamente certa, pois, toda a casa de Israel de que a este Jesus, 
que vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo.” Atos 2.36



Um dos nomes de Deus no Novo Testamento é Senhor, Kyrios, no grego, o qual é equivalente a Adonai, nome Hebraico no Velho Testamento que designa Deus como dono e governador de todas as coisas, particularmente de seu povo, como o único que tem autoridade e poder real. Este nome se aplica não só a Deus, mas também a Cristo.
 Na oração do apóstolo Paulo pelos crentes da cidade de Éfeso (Efésios 1.19-23), estão condensados o ensino do NT sobre a ressurreição e entronização de Jesus Cristo. Ele governa, como cabeça, sobre todas as coisas para o bem da igreja. Ele ocupa o mais elevado posto de domínio sobre o universo, representando os crentes e governando a favor deles.
Sem diminuir a glória que o Filho preexistente já tinha com o Pai, o NT ensina que a ressurreição de Cristo lhe designa uma nova e mais elevada posição e lhe confere um nome ainda mais elevado. Por causa da Sua ressurreição dentre os mortos, Jesus Cristo é Senhor do universo que Ele criou, que sempre sustentou e que, agora, redimiu.
      No dia de pentecoste, respondendo aos zombadores que diziam que os apóstolos estavam embriagados, em vista da admiração de judeus vindo de diversas partes do mundo (Oriente, Ásia Menor, África e visitantes de Roma), ao ouvirem os apóstolos (galileus) falando em suas línguas maternas, Pedro prega um sermão esclarecedor. Ele afirma, dirigindo-se a multidão que afluiu, que aquilo era o cumprimento da profecia do profeta Joel, sobre a vinda do Espírito Santos. Citando Salmos, Pedro prova que Jesus, crucificado pelos judeus, foi ressuscitado por Deus e está agora assentado à sua direita no céu. De Sua posição de exaltação, Ele enviou o Espírito Santo, o que pode fazer, porque Deus o fez “Senhor e Cristo”. 
No verso 36 do cap. 2 de Atos, está a conclusão do Sermão. Ele ensina a divindade de Jesus Cristo, colocando-o ao lado de Deus. Ele já era exaltado, mas, naturalmente, para os apóstolos, somente após Sua ressurreição tomam consciência disto. Pedro diz claramente que Deus, e não a igreja cristã, fez de Jesus tanto Senhor como Cristo. Nesta declaração culminante, Pedro não só realça que Jesus é o Messias de Deus do A.T., mas também que Ele é o Senhor exaltado e o Rei vitorioso.
 Você já pensou que como cristão, como pessoas que receberam a Cristo como Salvador, nós também o recebemos como Senhor (Romanos 10.9). Ele é Senhor não só do universo, mas também da nossa vida.  O mesmo Jesus que sustenta as galáxias, também guarda nossa vida e nos conduz até o dia em que todo o joelho se dobre diante dEle e toda língua confesse que Ele é o Rei dos reis e Senhor dos senhores (Fp 2.9-11).
 Você tem demonstrado pelo seu modo de viver que Jesus é o Senhor da sua vida?                                                          
 Rev. Jonas M. Cunha

Rebelião

“Pelo que tu e todo o teu grupo juntos estais contra o SENHOR...” Números 16.11a



O capítulo 16 do livro de Números narra um acontecimento importante e sério na história do povo de Israel, e traz uma importante lição para nós, hoje.
 Este capítulo apresenta duas histórias que fazem parte de um mesmo contexto. Elas começam com o povo protestando contra Moisés e Arão, e terminam com um juízo divino punindo os queixosos e defendendo Arão.
          Depois da volta dos espias (não fica claro se imediatamente), e após a lei acerca das borlas das vestes (Nm 15.37-41), que servia para lembrar o povo que deveria obedecer a lei do Senhor, e ser santo (compare com 1 Pedro 2.9).
 Coré, descendente de Levi, com um grupo de 250 homens (líderes eleitos do povo), queixam-se por Moisés e Arão liderarem o povo. Eles argumentam que, todo o povo é santo, portanto qualquer um podia lidera-lo. Esquecem-se, porém de tudo o que eles haviam realizado, e de quem os havia escolhido para aquela função (DEUS). Deixa transparecer que Coré aspirava ao sacerdócio. Não estava satisfeito o serviço no tabernáculo (v.9 e 10).
           Ao aceitar o desafio de realizar a tarefa de um sacerdote, prontamente ele e seu grupo aceitam (v.5-7), esquecendo-se que os próprios sacerdotes, filhos de Arão haviam sido consumidos (Lev 10.1-3). Então posteriormente, Coré e todo o grupo foi consumido pelo fogo enviado pelo Senhor (v.35).
 Paralelamente, Dotã e Abirão, da tribo de Rúben, rebelam-se não só contra a escolha de Deus para liderança do povo, mas principalmente, contra o plano de Deus, de conduzir o povo pelo deserto.  A rebeldia era tal, que não compareceram quando Moisés os chamou para conversar, juntamente com Coré (v.12).
 Então, para que o povo soubesse, que aquele plano era de Deus, e não de Moisés, e para que confiassem n’Ele para segui-lo, algo extraordinário acontece: a terra fendeu-se sob as tendas dos dois rebeldes, e eles e tudo o que possuíam foram tragados vivos (v.28-33).
 A murmuração e a rebelião não agradam a Deus, e mostram nossa insatisfação e falta de fé n’Aquele que nos criou, nos remiu e nos sustenta. Em Romanos 13.1-2, lemos que toda autoridade procede de Deus, e quem se opõem a autoridade resiste à vontade de Deus.
 Não devemos ser presunçoso, ou achar que somos mais sábios que o próprio Deus, mas humilde e confiante na sabedoria, poder e amor de Deus (Provérbios 3.5-8). Devemos ser fiéis e obedientes aos líderes que Deus coloca em nossa vida (pais, professores, governantes, líderes espirituais, etc.), pois assim estaremos demonstrando que somos fiéis e obedientes ao nosso Senhor.
 Rev. Jonas M. Cunha