segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Julgamento e Discriminação

“Não julgueis, para que não sejais julgados.”

 Mateus 7.1


“Não julgueis” – a forma da proibição deixa claro que é o habito de fazer crítica ferina e dura que Jesus está condenando, não o exercício da faculdade crítica, pela qual os homens podem fazer (e espera-se que façam), em ocasiões específicas, juízos de valor e façam escolhas.
 Além de fazer mal a que a recebe, a crítica ferina também incrementa a justiça própria, e convida outros a se vingarem, permitindo-se em igual medida o mesmo tipi de implicante caça a defeitos.
 Essa inclinação de descobrir e condenar severamente (e prontamente) as faltas dos outros, enquanto se faz vista grossa em relação às próprias falhas, era comum entre os judeus, especialmente entre os fariseus e é comum sempre e em todo lugar. Ex: Davi – 2 Sm 12.1-7.
 “Para que não sejais julgados” – a pessoa que se justifica aos seus próprios olhos, que tem por costume descobrir faltas nos outros, deve lembrar que ela mesma pode esperar ser também condenada, não só da parte dos homens, mas também da parte de Deus.
 Para enfatizar isto, Jesus usa as palavras do verso 2, querendo dizer que o padrão, o critério aplicado aos outros será aplicado a si próprio. Se o julgamento for sem misericórdia, então também serão julgados sem misericórdia.
 “Verás claramente para tirar o argueiro do olho de teu irmão”. Aqui, fica claro que o propósito de Cristo não era desestimular a disciplina mútua. Ao contrário – tanto a disciplina mútua, como a autodisciplina são estimuladas.
 No verso 6, Ele vai deixar claro que a paciência de Deus como os hipócritas não é infinita.  Tudo quanto está em especial relação com Deus, e consequentemente é muito precioso, deveria ser tratado com reverência, e não ser confiado àqueles que, em razão de sua natureza completamente ímpia e desprezível, pode ser comparados a cães e porcos: a proclamação do Evangelho, os ofícios da igreja sem a devida qualificação, ou a ceia do Senhor àqueles que não foram batizados.
Rev. Jonas M. Cunha

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Ansiedade/Cuidado de Deus

“Por isso, vos digo: não andeis ansiosos pela vossa vida...”  Mateus 6.25a



No trecho final de Mateus, capítulo 6, do verso 25 a 34, Jesus diz que não devemos nos preocupar. Então, temos três coisas sobre esta ordem: ”Não vos preocupeis...”
 1) Com o que?
Com as coisas necessárias a nossa sobrevivência (alimentação, vestuário).
2) Por quê?
Porque o valor do ser humano para Deus é muito maior do que o das aves do céu ou das plantas do campo. Também, porque a preocupação não ajuda a aumentar o tempo de vida, pelo contrário. Outra razão é que se a vida e o corpo são mais valiosos que o alimento e as vestes. Aquele que nos deu o que é mais importante, não pode dar também aquilo que é menos importante = vida e corpo – alimento e veste?  E por fim, isto é uma característica dos gentios (que não conhecem o amor e o cuidado de Deus). E principalmente, porque nosso Pai celeste sabe o do que temos necessidade.
3) O que fazer, então?
Em vez de andarmos ansiosos por estas coisas, devemos buscar em primeiro lugar a Deus e a Sua justiça. Trata-se portanto, de uma questão de prioridade. E como resultado ou consequencia, “Todas estas coisas nos serão acrescentadas”. Portanto, não se preocupe com o que pode acontecer amanhã, basta a cada dia o que ele já tem de mal. Então, Jesus não está censurando a solícita provisão para o futuro. Ao invés disto, Ele ordena aos Seus discípulos que se abstenham de aborrecer-se indevidamente acerca do que o amanhã trará.
 Mas Jesus não condena apenas a ansiedade por ela ser inútil, mas também porque é sinal de incredulidade, e sintoma de que não se põe em primeiro lugar as coisas primeiras. Colocar alimentação e vestuário como o que é supremo é característica dos ímpios. A preocupação é incoerente com a prioridade. Ela revela dúvida e desconfiança a respeito da soberania e bondade de Deus, e nos desvia dos verdadeiros objetivos da vida.
 Orígenes disse: Pedi as grande coisas, e as pequenas coisas vos serão acrescentadas; pedi as coisas celestiais, e as terrenas vos serão dadas também.
Rev. Jonas M. Cunha

sábado, 13 de setembro de 2014

Tesouros no Céu

“Mas ajuntai para vós outros tesouros no céu...” Mateus 6.20


Devemos acumular tesouros, não sobre a terra, mas ajuntá-los no céu, porque “onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração”.
 Trata-se de armazenar para si mesmo valores materiais além do necessário.  Estes, por sua vez, vem a dominar seu próprio dono, e a deixar desamparados os necessitados.
 Os tesouros terrenos são vulneráveis em razão de deteriorização e desfalque. Os tesouros no céu são completamente diferentes. Aquelas bênçãos que nos foram reservadas no céu, mas que já desfrutamos de seu sabor mesmo aqui: nossa posição com Deus, como pessoas completamente perdoadas; as orações respondidas; o amor de Pai; as bênçãos das bem-aventuranças...
 Isto não significa que seja errado fazer provisão para o futuro; comércio , indústria, etc...; ou ser rico. Apesar disto, acumular riquezas é um hábito cheio de perigos espirituais. O dinheiro é uma benção como meio, não como fim (para impedir que a família seja um fardo pesado para outros; para socorrer aqueles que estão em aperto; para estimular a obra do evangelho em nossa pátria e no estrangeiro...).
 Se o verdadeiro tesouro de uma pessoa, seu propósito principal é algo que pertença a esta terra (aquisição de dinheiro, fama, prestígio, poder), então, o seu coração será completamente absorvido por esse objetivo mundano. Todas as suas atividades, mesmo a de caráter religioso, estarão submissas a este propósito.
 Por outro lado, se movido por sincera e humilde gratidão a Deus, fez do reino de Deus o seu tesouro, o reconhecimento deleitoso da soberania de Deus em sua própria vida e em cada esfera da mesma, então ali também estará o seu coração.
 O coração não pode estar em ambos os lugares ao mesmo tempo. Uma proposição exclui a outra.
Rev. Jonas M. Cunha

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

O Drama do Legalismo

“Atam fardos pesados e difíceis de carregar e os põem sobre os ombros dos homens.” Mateus 23.4



O legalismo é um caldo mortífero que adoece e neurotiza a família e a igreja em nome da verdade. Os legalistas coam mosquito e engolem camelo. Brigam por aquilo que é secundário e transigem com aquilo que é essencial. Em nome do zelo espiritual ferem pessoas, perturbam a paz e quebram os vínculos da comunhão. Os legalistas agem como os fariseus que acusavam Jesus de pecado por curar no dia de sábado, mas não viam seus próprios pecados quando tramavam a morte de Jesus no sábado.
 Os legalistas são aqueles que reputam a sua interpretação das Escrituras como infalível e atacam como os escorpiões do deserto aqueles que discordam da sua visão extremada, chamando-os de hereges. O legalismo é fruto do orgulho e desemboca na intolerância. Em nome da verdade, sacrifica a própria verdade e insurge-se contra o amor. O legalismo é reducionista, pois repudia todos que não olham para a vida pelas suas lentes embaçadas. O legalismo professa uma ortodoxia morta; uma ortodoxia sem amor e sem compaixão. Acautelemo-nos desse caldo mortífero.
 Senhor Deus, ensina-me a seguir a verdade em amor. Verdade e amor não podem existir separadamente. Concede-me, pois, uma mente regida pela verdade e um coração cheio de amor. Em Cristo.
Rev. Jonas M. Cunha
Extraído de Cada Dia

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Como fazer a Obra Missionária

“Disse-lhes, pois, Jesus outra vez: Paz seja convosco! Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio.”
João 20.21


Deus é missionário. Enviou seu único Filho da glória excelsa para este mundo tenebroso para nos salvar. Enviou-o não para nascer num berço de ouro, mas um berço de palha. Enviou-o não para o palácio, mas para a estrebaria. Enviou-o não para ser aplaudido pelos homens, mas para morrer pelos pecadores. Enviou-o não para viver acima de nós, mas para fazer-se carne e habitar entre nós. Jesus esvaziou-se a si mesmo. Mesmo sendo Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus.
 Sendo o Rei dos reis e o Senhor dos senhores, fez-se servo. Sendo o autor da vida, suportou a morte e morte de cruz. Agora, depois de vencer a morte, Jesus comissiona os seus discípulos. Dá-lhes não apenas a ordem, mas também a estratégia. “Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio”. A igreja não pode cumprir sua tarefa evangelizadora sem se inserir: a igreja não é tirada do mundo; é a luz do mundo.
 Exatamente no instante em que ela se infiltra como sal é que brilha como a luz. Assim como Jesus andou entre os homens, curando os enfermos, libertando os cativos e pregando-lhes o evangelho, nós devemos viver no mundo, sendo resposta para o mundo, proclamando, no mundo, o evangelho da salvação.
 A agenda missionária da igreja só pode ser eficazmente cumprida se nós seguirmos as pegadas de Jesus!
Rev. Jonas M. Cunha
Extraído de Cada Dia