sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

QUEM VAI SE COLOCAR NA BRECHA?

“Busquei entre eles um homem que tapasse o muro e se colocasse na brecha perante mim, a favor desta terra...”. Ezequiel 22.30


 Tempos atrás, quando me preparava para ir à Faculdade de Teologia (seminário), tive uma conversa franca e difícil com uma pessoa muito próxima.  Nessa conversa, ela me colocou uma série de motivos pelos quais estava deixando de frequentar a igreja.
 De fato, depois dessa conversa, ela gradual e efetivamente foi se afastando da igreja e de Deus. Mas o mais antagônico é que aqueles mesmos motivos eram os que me impulsionavam a consagrar minha vida para servir a Deus.
 Tenho notado nesses anos de caminhada com Deus duas posturas diferentes que podemos tomar diante das “limitações e problemas” que percebemos na igreja: a primeira é ficar à margem, observar e, por vezes, criticar.  A segunda é colocar a mão na massa para, de alguma forma, fazer diferença naquele contexto.
A igreja é como o muro de Ezequiel 22.30, que está cheio de brechas, isto é, cheio de defeitos e falhas.  Deus continua procurando pessoas que se coloquem nessas brechas.
 A pergunta de hoje é: Qual tem sido a nossa postura ao perceber essas brechas? Somos como aqueles que ficam à margem, ou somos como aqueles que tapam o muro e se colocam nas brechas?
 Senhor, eis me aqui, e o meu desejo é estar sempre disponível para ser colocado na brecha.
Eduardo Goya
Pastor da Igreja Evangélica Holiness do Bosque da Saúde,
São Paulo, SP
Rev. Jonas M. Cunha

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

BEM-AVENTURADOS OS QUE CHORAM

“Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados”. Mateus 5.4

Dizem que homem que é homem não chora. Mas a Bíblia e a história estão cheias de exemplos de homens que choraram.
Esta parece ser uma bem-aventurança estranha: “Felizes os infelizes” (Stott), ou seja, felizes os tristes, os que choram!
A palavra chorar é muito forte.  É usada para o lamento pela morte de um parente querido (Ex.: a tristeza de Jacó, quando seus filhos o fizeram pensar que José estivesse morto – Gn 37.34). Aqui, porém, não se trata de choro de luto, mas de arrependimento.
Pedro chorou “amargamente”, arrependido e decepcionado, depois de ter negado a Jesus (Mt 26.75). A Bíblia diz que Jesus chorou em, pelo menos, duas ocasiões: 1) quando foi para ressuscitar seu amigo Lázaro (Jo 11.35); 2) ao chegar à cidade de Jerusalém, pelo pecado do povo impenitente (Lc 19.41). Deve haver lágrima e tristeza da parte do crente, tanto pelos seus pecados, como pelo pecado dos outros.
O apóstolo Paulo fala do resultado que a tristeza (e o arrependimento) pelos nossos próprios pecados produzem (2Co 7.10).  Assim, como o Senhor Jesus se entristeceu pelos pecados das pessoas de Jerusalém, nós devemos  nos entristecer quando vemos um irmão cair no pecado, em vez de fazer fofoca sobre o seu pecado.
Podemos perceber que há uma ligação entre as duas primeiras bem-aventuranças, e não só entre elas, mas entre todas! Ser “humilde de espírito” é sentir convicção de ser pecador (da condição espiritual). E “chorar” é demonstrar contrição, é o resultado que deve se seguir após haver consciência do pecado. Davi: exemplo de tristeza pelo pecado – Sl 38.4, 18, e exemplo de alegria pelo perdão – Sl 32.1-2, 5.
Somente aquelas pessoas que choram pelos seus pecados serão consolados, pelo único conforto que pode aliviar o desespero, que vem pelo perão da graça infinita de Deus – Ap 21.3-4.
 Você já chorou hoje?
Rev. Jonas M. Cunha

BEM-AVENTURADOS OS HUMILDES DE ESPIRITO

“Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus ”. Mateus 5.3


    Seguindo o mesmo esquema dos 10 mandamentos, as Bem-aventuranças são divididas em duas partes: a 1ª parte trata do relacionamento do crente com Deus, e a 2ª parte trata do relacionamento do crente com seu próximo.
   Não é por acaso que a primeira bem-aventurança seja “os humildes de espírito”. Ela serve de chave para a compreensão do que vem em seguida.  Existe uma sequencia lógica e bem definida: intencional.
Ninguém pode entrar no reino de Deus a menos que seja possuidor da qualidade nela expressa. Não existe um participante que não seja “humilde de espírito”.  Esta é a característica fundamental do crente, do cidadão do reino dos céus; e todas as demais são, num certo sentido, resultantes dela. Não podemos ser cheios das qualidades espirituais, produzidas em nós pelo Espírito Santo, enquanto não formos primeiramente esvaziados das nossas “qualidades carnais”. Deve haver um esvaziamento em nós antes que possa haver um enchimento.
   Trata-se de atitude de uma pessoa para consigo mesma. Mais uma vez toca-se no ponto que é, nas Escrituras, a total e essencial diferença entre o homem natural e o crente, o reino de Deus e o reino deste mundo (uma separação completa, uma distinção absoluta).
   O mundo dá grande ênfase a auto dependência, autoconfiança e na auto expressão. Mas, no reino de Deus a coisa é bem diferente! Essa bem-aventurança condena a perspectiva que considera o Sermão do Monte um programa para o homem natural por em ação, sem que tenha havido qualquer transformação em sua pessoa.
   O “humilde de espírito” não é alguém fraco, tímido, sem coragem, ou alguém sem personalidade. Nem a humildade daquele que adquiriu muito conhecimento e que agora reconhece que não sabe nada. Não tem nada a ver com uma aparência externa, como andar encurvado, falar baixo ou mal vestido. Nem uma tentativa de impressionar os outros, com sacrifícios pessoais.
   O humilde ou pobre de espírito é aquele que admite que não possui nenhum  recurso, nenhum mérito diante de Deus, reconhecendo sua total dependência da graça do Senhor. Como uma pessoa pode ser pobre e feliz ao mesmo tempo?  Jesus está dizendo que são verdadeiramente felizes aqueles que reconhecem sua total dependência espiritual, que não confia em si mesmo, no que pode realizar, mas recebem da bondade e riqueza de Deus.
Rev. Jonas M. Cunha

BEM-AVENTURADOS

“E ele passou a ensiná-los, dizendo: Bem-aventurados os ...”. Mateus 5.2 e 3b


No Sermão do Monte (Mateus cap. 5 a 7), são apresentados os ditos de Jesus sobre o discipulado, o modo como homens e mulheres devem orientar sua conduta ao tornar-se súditos do reino de Deus. Trata da ética do reino de Deus. Não são definições estatutárias como as do código mosaico, mas sim indicações da qualidade e da direção de ação que devem ser aparentes mesmo nas simples atitudes.
   Nas Bem-aventuranças, a primeira parte do Sermão do Monte, Jesus delineia o crente em suas características ou qualidades essenciais, em outras palavras, o caráter essencial de um crente. E é exatamente sobre o caráter dos crentes que devemos nos deter, antes de examinarmos a sua conduta.
   O grande alvo que a humanidade busca é a felicidade. Porém, a maioria o faz de maneira que essa busca só produz infortúnio. Só os bem-aventurados é que são felizes.
   Lições Gerais extraídas das Bem-aventuranças:
1)Todos os crentes dever ser assim. As bem-aventuranças são uma descrição de como todo crente deveria ser. Não se trata de um crente excepcionalmente virtuoso. Jesus descreve todo e qualquer dos Seus seguidores.
2)Espera-se que todos os crentes demonstrem todas essas qualidades. Significa que todos os crentes devem manifestá-las todas integralmente. E não, que determinados crentes devam manifestar uma característica, e outros devam manifestar outra. Cada uma dessas características, em certo sentido, requer a presença das demais qualidades.
3)Nenhuma dessas descrições refere-se àquilo que podemos chamar de tendências naturais. Cada uma das Bem-aventuranças, em sua inteireza, é uma disposição que somente a graça e a operação do Espírito Santo em nós são capazes de produzir. Não se trata de característica natural, de pessoas não regeneradas, pois tais características são espirituais.
4)Elas indicam claramente a diferença essencial entre o crente e o incrédulo. O N.T. encara essa distinção como algo absolutamente básico, fundamental. Parece que as igrejas da atualidade julgam que isto não é importante. “Quando a igreja é diferente do mundo, ela atrai as pessoas”. O crente e o incrédulo pertencem a 2 reinos inteiramente diferentes.
Rev. Jonas M. Cunha