“Temos recebido o bem de Deus e não receberíamos também
o mal?” Jó 2.10 b
É ilusório pensar que um casal que contrai matrimônio
nunca passará por problemas. A vida no lar é composta tanto de momentos alegres
quanto de momentos tristes.
O capitulo 4, do 2º livro dos Reis, do verso 8 a 37,
narra a história de Eliseu e uma família, com a qual ele teve contato. Um lar
que foi instrumento par abençoar a vida do “homem de Deus” e o seu trabalho
para Deus.
Primeiramente, vemos a hospitalidade, através da “mulher rica”, no v. 8, como uma
qualidade ou característica presente naquele lar, quando ela constrange Eliseu
a comer pão e a partir daí “todas as vezes que passava por lá, entrava para
comer”. Verificamos a preocupação, o zelo e a sensibilidade para com a obra de
Deus e para com Seu servo.
Outra característica é que ela não ficou apenas com
desejo de ajudar, ou na área do sentimento (dó). Desejando colaborar com o
servo de Deus e Sua obra, ela age, toma iniciativa.
O texto diz que ela “falou com seu marido” (v.9). Apesar de ser rica, ela era
casada. Não foi contratando um pedreiro, não atropelou a autoridade de seu
marido, antes, conversou com ele, buscou o seu apoio e a sua aprovação, e
assim, mais uma vez o seu lar foi instrumento de Deus, e eles construíram um
aposento para o servo de Deus, onde ele pudesse descansar e refazer as forças.
O homem de Deus, então, quis demonstrar sua gratidão e
consideração e pergunta a sunamita, “o que se há de fazer por ti?” (v.13). Mas
ela não buscava favor, não tinha ajudado por interesse, mas com alegria de
coração (2 Co 9.7).
O profeta lhe diz: “daqui a um ano, abraçarás um filho”
(v.16). Como ela era estéril, esta notícia fez o seu coração bater mais forte,
e no tempo determinado ela deu à luz um filho, o que trouxe grande alegria, não
somente a ela, mas também ao seu marido e a toda sua casa.
Mas, certo dia, quando o já havia crescido para
acompanhar o pai no trabalho de colheita, ele começa a passar mal e é enviado
para sua mãe, no colo da qual ele morre (v.20). Aquele que tinha sido o motivo
de maior alegria na vida daquela família, era agora o motivo de maior tristeza!
Deus não nos dá apenas o bem aos nossos lares, mas
também permite o mal (Jó 2.10 b). Em Sua soberania ele não está limitado apenas
pelas coisas boas, mas pode usar até coisas más. Tudo está sob Seu controle (Gn
50.20; 45.8).
A mulher guarda silêncio
e vai, e busca a Deus (v.25).
Não se lamenta, não reclama, e não cai em depressão, mas controla-se até poder
lançar sua ansiedade sobre aquele que podia resolver seu problemas (Fp 4.5-7).
Eliseu a acompanha de volta para casa e ressuscita o
menino. Não um ressuscitamento cardiopulmonar, mas um verdadeiro milagre. Assim
como Jesus se compadeceu de nós, que estávamos mortos em delitos e pecados e
veio nos trazer vida (Ef 2.1; Jo 10.10b). Ele voltou com ela para trazer de
volta vida e alegria àquele lar, uma alegria maior do que a primeira. Assim
como a alegria do pai do filho pródigo (Lc 15.32).
Deus permite
problemas e tristeza para surpreender-nos com Sua graça superabundante (Is
55.8, 9).
Rev.
Jonas M. Cunha