“É necessário, portanto,
que o bispo seja irrepreensível, esposo de uma só mulher,
temperante, sóbrio,
modesto, hospitaleiro, apto para ensinar” (1 Timóteo 3.2)
Na Igreja Primitiva, como nos
dias de hoje, havia a necessidade urgente de que os cristãos e, especialmente,
os líderes, tivessem uma reputação inculpável, que atrairia um mundo hostil
para o Evangelho de Jesus Cristo. No contexto de 1 Timóteo, observamos que os
falsos mestres estavam manchando o nome de Cristo, do Evangelho e da Igreja.
Portanto, eram necessários líderes aptos e dignos que atraíssem as pessoas à fé
cristã.
Observando o texto sobre as qualificações de
líderes cristãos 1 Timóteo 3.2: “É necessário, portanto,
que o bispo seja irrepreensível, esposo de uma só mulher, temperante, sóbrio,
modesto, hospitaleiro, apto para ensinar”. Encontramos a primeira
qualidade: Irrepreensível. O termo serve de cabeçalho ou título, englobando
todas as demais qualidades de caráter. Estamos diante de uma característica que
aponta para os homens de boa reputação escolhidos para
servir a Igreja Primitiva no livro de Atos 6.3 “Mas, irmãos, escolhei dentre vós sete homens de boa reputação, cheios
do Espírito e de sabedoria, aos quais encarregaremos deste serviço”. São
homens com caráter transformado com condições de atrair pessoas à Igreja de
Deus.
Irrepreensível significa “acima de censura ou
recriminação, inculpável; alguém que não pode ser (justamente) acusado ou
“pego” em algum tipo de iniquidade ou injustiça. “A ênfase no texto está no
tipo de reputação que seria um crédito à Igreja”.
O termo usado para irrepreensível nos textos paralelos de 1 Timóteo 3.10 e Tito 1.6-7
é um sinônimo e traz a mesma ideia de estar “acima de acusações, inculpável”.
É importante ressaltar que “irrepreensível” não
significa perfeito. O foco está no tipo de caráter de um homem íntegro que, se
erra, admite o erro; se pecado, confessa o pecado; se deve algo, acerta as
contas; e, se ofende, restaura o relacionamento (cf; Pv. 28.13 “O que encobre as suas transgressões jamais
prosperará; mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia”).
A pessoa irrepreensível não
deixa nenhum “gancho” em sua vida a que um adversário poderia se agarrar, para
dela tirar proveito e arrastá-la a um tribunal de justiça. Em outras palavras,
não existem “os fios soltos” em seu caráter que poderia causar um estrago em
sua reputação. Tudo que precisa ser acerta é devidamente acertado. Como bem
expressou Hiebert: “deve ser um homem a respeito de quem não circulam acusações
sobre o seu passado ou presente”. Ele pratica o que Jesus ensinou no sermão do Monte: “Se, pois, ao trazeres ao
altar a tua oferta, ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra
ti, deixa perante o altar a tua
oferta, vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; e, então, voltando, faze a
tua oferta” (Mt.
5.23-24). Assim, não é “culpável” diante da Comunidade. O cristão deve ser um
cidadão é chamado para ter uma vida de integridade. Deve ser sincero,
transparente e sem hipocrisia.
David Merkh