segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

A ORAÇÃO DE NEEMIAS – BETTY BACON

Tendo eu ouvido estas palavras, assentei-me, e chorei, e lamentei por alguns dias;
 e estive jejuando e orando perante o Deus dos céus.(Neemias 1.4)


               A reação de Neemias às tristes notícias da situação de Jerusalém foi orar (Ne 1.2-4). Observe que ele não tomou nenhuma atitude precipitada, nem desenvolveu estratégia de ação, antes de passar uns quatro meses em oração constante. Parece que a oração registrada no primeiro capítulo foi a última de uma longa série de súplicas (ver Ne 1.1 e Ne 2.1).
                Tanto o jejum de Neemias como o de Daniel expressavam sincera humilhação diante do Senhor e admissão que sem a misericórdia de Deus não podia haver perdão e restauração. Jejuar, também, demonstra o autocontrole que aparecia em outros aspectos do ministério de Neemias (Ne 1.4).
                O jejum no Antigo Oriente Médio, geralmente, era acompanhado do vestir de saco e assentar-se no chão. Era uma demonstração de humildade máxima diante de Deus e, uma confissão da dependência total da graça dÉle. Os ninivitas jejuaram, obrigaram os seus animais fazerem o mesmo, para provar que o arrependimento era sincero. Os judeus usavam a prática, também, para clamar pela misericórdia e perdão de Deus (Joel 1.13-14). Podia ser abstinência total de comida e água, ou apenas parcial. Presume-se que Daniel, já bem idoso, não suportaria jejum total. Por isso, “manjar desejável não comi, nem carne nem vinho entraram na minha boca, nem me untei com óleo algum, até que passaram três semanas” (Daniel 10.3).
                No dia da expiação, era ordem divina “humilhar-se” ou “abaixar-se” em arrependimento diante do Senhor (Lv. 23.27 e 29). Adverte-se fortemente contra os abusos da prática. As expressões materiais externas sem as atitudes corretas atraíram a condenação de Jesus e dos profetas. O Jejum nunca podia ser de maneira de tentar manipular Deus ou os homens (Is 58.3-7; Lc 18.12).
                Deus concedeu a Neemias o privilégio de participar ativamente na resposta à sua oração. O Senhor ordenou aos discípulos: “A seara na verdade é grande, mas, os trabalhadores são poucos. Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara”. Logo após esse incentivo à oração, os mesmos discípulos foram enviados para pregar o Evangelho (Mt 9.37-10.1 cf. Lc 10.1-3).

                O exemplo de Neemias inspirou outros a orar, confessar e buscar a restauração da vida com Deus. Neemias derramava sua alma diante de Deus.  

domingo, 5 de fevereiro de 2017

ORAÇÃO – FRANCISCO LIMA

Ele, Jesus, nos dias da sua carne, tendo oferecido, com forte clamor e lágrimas, orações 
e súplicas a quem o podia livrar da morte e tendo sido ouvido por causa da sua piedade” (Hebreus 5.7)


        Clemente de Alexandria dizia que orar é conversar com Deus. O crente conversa com Deus através da oração. Nós derramamos os nossos sentimentos diante de quem tudo pode. Confessamos nossos pecados, pedimos bênçãos para nossas vidas, agradecemos pelas bênçãos recebidas. Temos convicção de que Deus cuida de nós. Ele tem misericórdia de nós, ouve e responde as petições dos seus filhos da maneira dele, no tempo em que ele julgue melhor.
A oração deve ser feita com toda confiança. Com fé. Orar sem fé, é como tentar cortar com uma faca cega; muito esforço e pouco resultado. Ande com uma pessoa de fé e verás maravilhas. Não ande com um incrédulo, pois você pode ser afetado”. David Botelho
A Bíblia ensina que o cristão deve orar a respeito de tudo. Orar por qualquer motivo, a qualquer hora, em qualquer lugar. Orar sempre que o coração não estiver em paz. Tão logo o coração experimente apreensão, preocupação, medo, angústia, enfim, seja perturbado por alguma coisa, a ação imediata de quem confia em Deus é a oração.
O apóstolo Paulo diz que não precisamos andar ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e súplicas, com ação de graças, devemos apresentar nossos pedidos a Deus, tendo nas mãos a promessa de que a paz de Deus que excede todo o entendimento guardará nossos sentimentos e pensamentos em Cristo Jesus (Filipenses 4.6,7).
A expressão “coisa alguma” inclui desde uma vaga no estacionamento do shopping, quanto ao fechamento de um negócio, o desejo de que não chova no dia da festa, quanto à enfermidade de uma pessoa querida. Orar por qualquer motivo! Orar sem censura filosófica ou teológica, orar sem se perguntar “é legítimo pedir isso a Deus?” ou “será que Deus se envolve nesse tipo de coisa?”. Simplesmente orar.
A garantia que temos quando oramos assim é a paz de Deus em nossos corações e mentes.
A Bíblia não garante que Deus atenderá nossos pedidos exatamente como foram feitos. 
Pode ser que a vaga no estacionamento não seja encontrada e que chova no dia da festa. A oração não se presta a fazer Deus trabalhar para nós, atendendo nossos caprichos e provendo o nosso conforto. A resposta de Deus é a Paz. O resultado da oração não é necessariamente a mudança da realidade a respeito da qual se ora, mas a mudança da pessoa que ora. A mudança da situação a respeito da qual se ora é uma possibilidade, a mudança do coração e da mente da pessoa que ora é uma realidade. Deus não prometeu dizer sim a todos os nossos pedidos, mas nos garantiu dar paz e nos conduzir à serenidade. Não prometeu nos livrar do vale da sombra da morte, mas nos garantiu que estaria lá conosco e nos conduziria em segurança através dele.
O maior fruto da oração não é o atendimento do pedido ou da súplica, mas a maturidade crescente da pessoa que ora. A tranqüilidade, a paz no coração e na mente.

Ore o tempo todo meus irmãos.