Tendo
eu ouvido estas palavras, assentei-me, e chorei, e lamentei por alguns dias;
e
estive jejuando e orando perante o Deus dos céus.” (Neemias 1.4)
A
reação de Neemias às tristes notícias da situação de Jerusalém foi orar (Ne 1.2-4).
Observe que ele não tomou nenhuma atitude precipitada, nem desenvolveu
estratégia de ação, antes de passar uns quatro meses em oração constante.
Parece que a oração registrada no primeiro capítulo foi a última de uma longa
série de súplicas (ver Ne 1.1 e Ne 2.1).
Tanto o jejum de Neemias como o
de Daniel expressavam sincera humilhação diante do Senhor e admissão que sem a
misericórdia de Deus não podia haver perdão e restauração. Jejuar, também,
demonstra o autocontrole que aparecia em outros aspectos do ministério de
Neemias (Ne 1.4).
O jejum no Antigo Oriente Médio,
geralmente, era acompanhado do vestir de saco e assentar-se no chão. Era uma
demonstração de humildade máxima diante de Deus e, uma confissão da dependência
total da graça dÉle. Os ninivitas jejuaram, obrigaram os seus animais fazerem o
mesmo, para provar que o arrependimento era sincero. Os judeus usavam a
prática, também, para clamar pela misericórdia e perdão de Deus (Joel 1.13-14).
Podia ser abstinência total de comida e água, ou apenas parcial. Presume-se que
Daniel, já bem idoso, não suportaria jejum total. Por isso, “manjar desejável não comi, nem carne nem
vinho entraram na minha boca, nem me untei com óleo algum, até que passaram
três semanas” (Daniel 10.3).
No dia da expiação, era ordem
divina “humilhar-se” ou “abaixar-se” em arrependimento diante do
Senhor (Lv. 23.27 e 29). Adverte-se fortemente contra os abusos da prática. As
expressões materiais externas sem as atitudes corretas atraíram a condenação de
Jesus e dos profetas. O Jejum nunca podia ser de maneira de tentar manipular
Deus ou os homens (Is 58.3-7; Lc 18.12).
Deus concedeu a Neemias o
privilégio de participar ativamente na resposta à sua oração. O Senhor ordenou
aos discípulos: “A seara na verdade é
grande, mas, os trabalhadores são poucos. Rogai, pois, ao Senhor da seara que
mande trabalhadores para a sua seara”. Logo após esse incentivo à oração,
os mesmos discípulos foram enviados para pregar o Evangelho (Mt 9.37-10.1 cf.
Lc 10.1-3).
O exemplo de Neemias inspirou
outros a orar, confessar e buscar a restauração da vida com Deus. Neemias
derramava sua alma diante de Deus.