Trazei todos os
dízimos à casa do Tesouro, para que haja mantimento na minha casa;”. (Ml. 3.6)
Há uma enxurrada
de comentários tendenciosos e distorcidos circulando as redes sociais, em
nossos dias, atacando a doutrina dos dízimos. Acusam os pastores que ensinam
essa doutrina de infiéis e aproveitadores. Acusam as igrejas que recebem os
dízimos de explorar o povo. Outros, jeitosamente, tentam descaracterizar o
dízimo, afirmando que essa prática não tem amparo no Novo Testamento. Tentam
limitar o dízimo apenas ao Velho Testamento, afirmando que ele é da lei e não
vigente no tempo da graça.
Não subscrevemos
os muitos desvios de igrejas que, laboram em erro, ao criarem mecanismos
místicos, sincréticos e inescrupulosos para arrecadar dinheiro, vendendo água
fluidificada, rosa ungida, toalha suada e até tijolo espiritual. Essas práticas
são pagãs e nada tem a ver com ensino bíblico da mordomia dos bens. O fato,
porém, de existir desvio de uns, não significa que devemos afrouxar as mãos, no
sentido de ensinar tudo quanto a Bíblia fala sobre dízimos e ofertas. Destaco,
aqui, alguns pontos para nossa reflexão.
Em primeiro
lugar, a prática do dízimo antecede à lei. Aqueles que se
recusam ser dizimistas pelo fato de o dízimo ser apenas da lei estão
rotundamente equivocados. O dízimo é um princípio espiritual presente entre o
povo de Deus desde os tempos mais remotos. Abraão pagou o dízimo a
Malquizedeque (Gn 14.20) e Jacó prometeu pagar o dízimo ao Senhor (Gn 28.22),
muito antes da lei ser instituída.
Em segundo lugar,
a prática do dízimo foi sancionada na lei. O princípio que
governava o povo de Deus antes da lei, foi ratificado na lei. Agora, há um
preceito claro e uma ordem específica para se trazer todos os dízimos ao Senhor
(Lv 27.32). Não entregar o dízimo é transgredir a lei, e a transgressão da lei
constitui-se em pecado (1Jo 3.4).
Em terceiro
lugar, a prática do dízimo está presente em toda Bíblia. A fidelidade na
mordomia dos bens, a entrega fiel dos dízimos e das ofertas, é um ensino claro
em toda a Bíblia. Está presente no Pentateuco, os livros da lei; está presente
nos livros históricos (Ne 13.11,12), poéticos (Pv 3.9,10) e proféticos (Ml
3.8-10). Também, está explicitamente ratificado nos evangelhos (Mt 23.23) e nas
epístolas (Hb 7.8). Quanto ao dízimo não podemos subestimá-lo, sua
inobservância é uma afronta a Deus. Não podemos subtraí-lo, pois a Escritura é
clara em dizer que devemos trazer “todos os dízimos”. Não podemos
administrá-lo, pois a ordem: “Trazei todos os dízimos à casa do tesouro”.
Em quarto lugar,
a prática do dízimo é sancionada por Jesus no Novo Testamento. Os fariseus
superestimavam o dízimo, fazendo de sua prática, uma espécie de amuleto. Eram
rigorosos em sua observância, mas negligenciam os preceitos mais importantes da
lei: a justiça, a misericórdia e a fé. Jesus, deixa claro que devemos observar
atentamente a prática dessas virtudes cardeais da fé cristã, sem omitir a
entrega dos dízimos (Mt 23.23).
Em quinto lugar,
a prática do dízimo é um preceito divino que não pode ser alterado ao longo dos
séculos. Importa-nos
obedecer a Deus do que aos homens. Permaneçamos fiéis!