sexta-feira, 30 de março de 2012

Firmando Um Acordo Com o Povo

“Naquele dia Josué firmou um acordo com o povo em Siquém, e lhe deu decretos e leis;” Josué 24.25

Javé é um Deus de aliança. Ele mesmo afirmou seu compromisso conosco prometendo-nos solenemente: “Eu serei o seu Deus e vocês serão o meu povo”. Tudo começou com Abraão, e continuou com Isaque, Jacó e José. Moisés não tinha dúvidas de que seu ministério era em cumprimento à promessa. E agora, Josué precisava ter certeza de que estava caminhando na mesma direção. Assim, o livro de Josué começa e termina com referências importantes à aliança. Depois que os israelitas cruzaram o Jordão, Deus ordenou a Josué que fizesse facas de pedras e circuncidasse os israelitas, uma vez que a circuncisão era o sinal da aliança e não havia sido praticada durante os quarenta anos no deserto. Depois de circuncidados, eles então estariam qualificados para celebrar a Páscoa.

O livro de Josué conclui com a renovação da aliança em Siquém. O mais admirável aqui é que, ao apresentar a aliança, Josué deliberadamente seguiu o modelo dos tratados de vassalagem (descobertos recentemente no antigo Oriente Próximo) firmados entre os povos conquistados e o rei ou conquistador. Após a introdução das partes interessadas, seguia-se um breve histórico. A seguir vinham as condições do tratado e uma lista de testemunhas. A parte final incluía bênçãos para aqueles que o cumprissem e advertências no caso de rompimento. Todos esses aspectos do tratado de vassalos poder ser encontrados em Josué 24.

Os seguidores de Jesus Cristo são herdeiros da aliança de Deus com Abraão. O batismo e a ceia do Senhor são sinais daquilo que Jesus chamou de “a nova aliança”, correspondendo à circuncisão e à Páscoa no Antigo Testamento. Os tratados de vassalagem precisavam ser renovados anualmente, mas a nossa aliança com Deus deve ser renovada diariamente, ou pelo menos, todas as vezes que participamos da Ceia do Senhor.

Rev. Jonas M. Cunha –Extraído de A Bíblia Toda, o Ano Todo”,Meditações de John Stott

sexta-feira, 23 de março de 2012

União e Testemunho

“A fim de que todos sejam um...;” João 17.21a

Na oração de Jesus, o mesmo pedido do verso 11 é repetido no verso 21: a unidade de todos os crentes.

Não é uma unidade simplesmente externa. Jesus pede que a unidade de todos os crentes se pareça com a que existe eternamente entre o Pai e o Filho. Em ambos os casos a unidade é de índole definitivamente espiritual.

Evidentemente o Pai, o Filho e o Espírito Santo são um em essência; os crentes, por outro lado, são um em mente, esforço e propósito (v. 22, 23). Essas duas classes de unidade não são iguais. Mas há uma semelhança. Deus é amor. O que é certo com respeito a cada um dos atributos divinos é também com respeito ao amor: constitui a essência de Deus (1 Jo 4.8). Pois bem, é justamente em amar-se uns aos outros que chega a expressar-se a unidade de todos os crentes (Jo 13.34; 15.12,17). Com isto, entendemos agora como é que Jesus pode dizer “... para que todos sejam um; como tu, oh Pai; e, mim, e eu em ti”.

Além disto, neste caso estamos diante de algo mais que uma simples comparação entre a unidade de todos os filhos de Deus, por um lado, e a unidade das pessoas da Santa Trindade, de outro. Este não é simplesmente o modelo, é o fundamento daquela e faz que aquela seja possível.

Só os que são nascidos do alto, e estão no Pai e no Filho, são também espiritualmente um e oferecem um fronte unido diante do mundo. Quando os crentes estão unidos na fé exercem poder e influência. Quando se dividem por causa de lutas e dissensões, o mundo (as pessoas necessitadas de salvação) não saberá a que ater-se nem como interpretar seus chamados “testemunhos”.

Quando os crentes mostram em suas vidas que têm estado com o Senhor, suas ações e atitudes, que falam mais alto que suas palavras, apontarão para Cristo como a fonte de sua força moral e espiritual. Então, os que depreciavam a Cristo começaram a pensar favoravelmente nEle. Quando o Espírito produz em seu coração esta nova forma de pensar, estes homens, que até esse momento pertenciam ao mundo, crerão que os maravilhosos relatos no tocante ao caráter e missão de Jesus são realmente verdadeiros.

O mundo crerá, então, “que tu me enviaste”.

(Rev. Jonas M. Cunha - adaptado)


domingo, 18 de março de 2012

Aprendendo Sobre Contribuição

“Também, irmãos, vos fazemos conhecer a graça de Deus
concedida às igrejas da Macedônia;” 2 Cor .8.1

Muitos vêem a contribuição como um modo de conseguir bênçãos de Deus, como uma troca de favores. Outros acham que a contribuição tem a ver com o próximo e com a comunidade da fé, e não com Deus (relação horizontal).

A Igreja em Jerusalém sofria profundamente, em virtude de uma grande fome. Por isto, Paulo havia dado instruções para a coleta de ofertas para aquela igreja (I Co 16.1-4). Nesta (segunda) carta, Paulo toca no assunto novamente (II Co 8.1-15). A Igreja de Corinto havia se desenvolvido em alguns aspectos, mas precisava aprender mais sobre a prática da solidariedade (v.7).

O apóstolo já havia passado pela Macedônia, onde os crentes estavam completamente envolvidos com a assistência aos crentes de Jerusalém, e, ele se utiliza do exemplo deles para incentivar os crentes de Corinto a se envolverem com a prática das doações.

Ele afirma que a contribuição é uma graça concedida por Deus aos contribuintes. Abençoado não é apenas aquele que recebe as contribuições, mas especialmente, aqueles que contribuem. Por que o ato de contribuir é uma benção?

a) Porque é um ato de confirmação – é uma evidência do novo nascimento. Esta é uma atitude oposta a do homem natural, caracterizada pela ganância (Mateus 19.8, 9).

b) Porque é um ato de testemunho – aquele que oferece, oferece daquilo que nos é dado pelo próprio Deus (1 Crônicas 29.14). Quando contribuímos, estamos testemunhando a bondade de Deus para conosco, dando-nos o que oferecer.

c) Porque é uma oportunidade de experimentar o atributo divino da autodoação – para encorajá-los, Paulo cita não só o exemplo dos crentes da Macedônia, mas também o exemplo do próprio Senhor Jesus (II Coríntios 8.9). O amor abnegado, que redunda em entrega incondicional, não baseada em interesse, é uma característica divina. Quando doamos experimentamos algo que é próprio de Deus, e desta forma, nos tornamos iguais a Cristo.

d) Porque é um exercício contra o materialismo – O maior ídolo do homem é ele mesmo: o que ele faz, é e possui. O dinheiro é um dos ídolos mais adorados pela humanidade em sua história. Quando contribuímos revelamos nossa confiança em Deus e não nos bens.

(Rev. Jonas M. Cunha - adaptado)

sexta-feira, 9 de março de 2012

A fragrãncia do Seu conhecimento

“Graça, porém, a Deus que, em Cristo, sempre nos conduz em triunfo e, por meio de nós,
manifesta em todo lugar a fragrância do seu conhecimento.” 2 Cor .14

Vivemos nos dias da cultura “fast-food”, onde todos esperam resultados rápidos. Isto é transferido também para a esfera da igreja, e o ministério acaba sendo julgado pelos números. Isto pode causar frustração e desmotivação, pois nem sempre o resultado será estrondoso. Jeremias cumpriu seu ministério com fidelidade e eficiência, apesar do povo de Israel não atender a sua pregação para o arrependimento.

O apóstolo Paulo está triste em meio a lutas, oposição ao seu ministério, investidas de Satanás e por não ter encontrado seu companheiro (2 Co 2.4, 11, 12-13). Entretanto, ele rompe esta atmosfera para dar graças a Deus, com alegria.

O “triunfo” era uma espécie de cerimônia civil e religiosa, em homenagem a um general romano, em que diversas pessoas participavam. Paulo toma esta figura para aplicar à obra da pregação, fazendo surgir esperança e gratidão num contexto de profunda tristeza. Ele se via participando do triunfo de Cristo, e manifestando o conhecimento de Cristo em todo o lugar.

O “triunfo” era, dentre outras coisas, uma proclamação da grandeza e força de um determinado general. Assim, também, a pregação do evangelho é uma proclamação da grandeza de Cristo. A mensagem do evangelho é , essencialmente, Cristo Jesus. Mesmo em meio a sofrimentos, Paulo conseguia focalizar os benefícios das circunstâncias para a glória de Deus e o bem da igreja e se alegrar nisto (Fp 1.12-14).

No verso 15, Paulo compara a pregação do evangelho a uma fragrância que é recebida, por alguns como cheiro de vida, e por outros, como cheiro de morte. Como o cheiro de incenso no “triunfo”, que para o exército vencedor era um cheiro agradável, carregado de lembranças positivas, enquanto para o exército vencido um cheiro desagradável, acompanhado de lembranças negativas.

No cumprimento de sua missão de exalar o conhecimento de Cristo, por meio da pregação, a igreja sempre encontrará estas duas reações: objeção e aceitação. Como no caso da parábola do semeador (Mt 13.1-9), algumas sementes não frutificam. A diferença entre os corações receptivos à Palavra e os endurecidos não é furto da capacidade ou méritos humanos, mas do agir regenerador do Espírito.

(Rev. Jonas M. Cunha - adaptado)