Na oração de Jesus, o mesmo pedido do verso 11 é repetido no verso 21: a unidade de todos os crentes.
Não é uma unidade simplesmente externa. Jesus pede que a unidade de todos os crentes se pareça com a que existe eternamente entre o Pai e o Filho. Em ambos os casos a unidade é de índole definitivamente espiritual.
Evidentemente o Pai, o Filho e o Espírito Santo são um em essência; os crentes, por outro lado, são um em mente, esforço e propósito (v. 22, 23). Essas duas classes de unidade não são iguais. Mas há uma semelhança. Deus é amor. O que é certo com respeito a cada um dos atributos divinos é também com respeito ao amor: constitui a essência de Deus (1 Jo 4.8). Pois bem, é justamente em amar-se uns aos outros que chega a expressar-se a unidade de todos os crentes (Jo 13.34; 15.12,17). Com isto, entendemos agora como é que Jesus pode dizer “... para que todos sejam um; como tu, oh Pai; e, mim, e eu em ti”.
Além disto, neste caso estamos diante de algo mais que uma simples comparação entre a unidade de todos os filhos de Deus, por um lado, e a unidade das pessoas da Santa Trindade, de outro. Este não é simplesmente o modelo, é o fundamento daquela e faz que aquela seja possível.
Só os que são nascidos do alto, e estão no Pai e no Filho, são também espiritualmente um e oferecem um fronte unido diante do mundo. Quando os crentes estão unidos na fé exercem poder e influência. Quando se dividem por causa de lutas e dissensões, o mundo (as pessoas necessitadas de salvação) não saberá a que ater-se nem como interpretar seus chamados “testemunhos”.
Quando os crentes mostram em suas vidas que têm estado com o Senhor, suas ações e atitudes, que falam mais alto que suas palavras, apontarão para Cristo como a fonte de sua força moral e espiritual. Então, os que depreciavam a Cristo começaram a pensar favoravelmente nEle. Quando o Espírito produz em seu coração esta nova forma de pensar, estes homens, que até esse momento pertenciam ao mundo, crerão que os maravilhosos relatos no tocante ao caráter e missão de Jesus são realmente verdadeiros.
O mundo crerá, então, “que tu me enviaste”.
(Rev. Jonas M. Cunha - adaptado)