terça-feira, 18 de agosto de 2015

Beco Sem Saída

 “...Estou preso e não vejo como sair.”
Salmo88.8b



O Salmo 88 traz a mais sombria de todas as lamentações do Saltério. O clamor angustiante do salmista pode ser ouvido do começo ao fim, uma vez que a sua dor o acompanha desde a juventude (v.15) até o momento. Grande parte das lamentações transforma-se em confiança e louvor no final, mas esse não é o caso aqui.  O único raio de esperança que emana desse salmo é o fato de que o salmista orava e de que ele se referia a Deus como “minha salvação” (v. 1).
 O grande ensinamento deste salmo é que os cristãos não estão isentos dos sofrimentos deste mundo. Na verdade, a vida do cristão muitas vezes inclui aflição e dor. Nossa esperança não está em escaparmos do sofrimento, mas no significado que inunda o nosso sofrimento por causa da angústia experimentada pelo nosso Senhor Jesus. Alguém disse: “O melhor não é a vitória que você ganha na guerra. É a Comunhão que você tem com Deus durante o combate”.
 Egoisticamente, achamos que o nosso sofrimento é maior do que o dos outros, que Deus é injusto em nos permitir passar por sofrimentos, ou, que Deus tem obrigação de nos atender e nos livrar. Precisamos lembrar qual é o propósito principal da nossa existência, que não é ser rico, famoso e feliz, mas “glorificar a Deus e gozá-lo para sempre” (Breve Catecismo).
 Devemos recordar dos vários exemplos bíblicos, de homens e mulheres, que sofreram: José, Ana, Jó, Lázaro, Paulo, muitos outros, e o próprio Senhor Jesus. Dessa forma devemos mudar nossa reação diante do sofrimento e das pessoas que nos fazem sofrer. Devemos entender que o sofrimento pode ser juízo de Deus (livro de Jeremias), Disciplina (treinamento – Tg 1.2-4), para nos humilhar e glorificar a Deus (2 Co 12. 7-10). Devemos louvá-lo em todo o tempo e em todas as circunstâncias (Sl 34.1-3).
 Este salmo nos ajuda a lembrar que sofrimento ininterrupto é uma possibilidade; final feliz é dádiva e não dívida de Deus; não devemos desistir ou aceitar o sofrimento, e que devemos orar sempre (Rm 8.22-23); confiar em Deus e no Seu plano.
 Rev. Jonas M. Cunha