“...Estou preso e não vejo como sair.”
Salmo88.8b
O Salmo 88 traz a mais
sombria de todas as lamentações do Saltério. O clamor angustiante do salmista
pode ser ouvido do começo ao fim, uma vez que a sua dor o acompanha desde a
juventude (v.15) até o momento. Grande parte das lamentações transforma-se em
confiança e louvor no final, mas esse não é o caso aqui. O único raio de esperança que emana desse
salmo é o fato de que o salmista orava e de que ele se referia a Deus como
“minha salvação” (v. 1).
O grande ensinamento
deste salmo é que os cristãos não estão isentos dos sofrimentos deste mundo. Na
verdade, a vida do cristão muitas vezes inclui aflição e dor. Nossa esperança
não está em escaparmos do sofrimento, mas no significado que inunda o nosso
sofrimento por causa da angústia experimentada pelo nosso Senhor Jesus. Alguém
disse: “O melhor não é a vitória que você ganha na guerra. É a Comunhão que
você tem com Deus durante o combate”.
Egoisticamente, achamos
que o nosso sofrimento é maior do que o dos outros, que Deus é injusto em nos
permitir passar por sofrimentos, ou, que Deus tem obrigação de nos atender e
nos livrar. Precisamos lembrar qual é o propósito principal da nossa
existência, que não é ser rico, famoso e feliz, mas “glorificar a Deus e
gozá-lo para sempre” (Breve Catecismo).
Devemos recordar dos
vários exemplos bíblicos, de homens e mulheres, que sofreram: José, Ana, Jó, Lázaro,
Paulo, muitos outros, e o próprio Senhor Jesus. Dessa forma devemos mudar nossa
reação diante do sofrimento e das pessoas que nos fazem sofrer. Devemos
entender que o sofrimento pode ser juízo de Deus (livro de Jeremias),
Disciplina (treinamento – Tg 1.2-4), para nos humilhar e glorificar a Deus (2
Co 12. 7-10). Devemos louvá-lo em todo o tempo e em todas as circunstâncias (Sl
34.1-3).
Este salmo nos ajuda a
lembrar que sofrimento ininterrupto é uma possibilidade; final feliz é dádiva e
não dívida de Deus; não devemos desistir ou aceitar o sofrimento, e que devemos
orar sempre (Rm 8.22-23); confiar em Deus e no Seu plano.
Rev. Jonas M.
Cunha