“Honra ao SENHOR com teus bens e
com as primícias de todos os teus rendimentos”; — Provérbios
3.10
Nas
Escrituras, a adoração a Deus sempre envolveu a consagração de bens. Antes que
os Dez Mandamentos fossem dados, antes que Malaquias escrevesse o famoso e
muito usado texto de sua profecia (Ml 3.10 – “Tragam o dízimo todo ao depósito
do templo, para que haja alimento em minha casa…”), Abraão expressou sua
adoração e gratidão por meio do dízimo (Gn 14.21) e Jacó comprometeu-se a dar a
Deus o dízimo de tudo que recebesse (Gn 28.22). O dízimo não é explicado pois
para o contexto dos povos bíblicos era natural. Davi recusou-se a realizar um
holocausto que não lhe custasse nada (1Cr 21.24), pois não era apropriado. A adoração
e a gratidão, mais que um sentimento, eram demonstradas pela dedicação de algo
de valor. Por isso a pergunta do salmista: “Como posso retribuir ao Senhor toda
a sua bondade para comigo?” (Sl 116.12) Esta é a mentalidade do adorador nas
Escrituras.
No
tempo de Jesus o dízimo continuava sendo praticado, bem como as ofertas. E ao
longo da história tem sido assim. Eles são a expressão material de realidades
espiritais. Declaram a submissão a Deus e o reconhecimento e a confiança de que
Ele cuida de nós. Ainda que dízimos e ofertas tenham sido deturpados de tantas
formas e em tantos momentos, continuam sendo parte importante da fé e história
cristãs. Ter muito ou ter pouco não é o que determina se devo ou não consagrar
dízimos e ofertas, do contrário Jesus diria à viúva pobre para não ofertar.
Mas, em lugar disso, ele destacou o modo como ela o fez. Aos seus olhos ela deu
mais que todos, embora tenha dado menos. Num mundo em que o dinheiro tem tanto
poder e causa tantas dores, em que o valor e o tratamento que pessoas recebem
muda, de acordo com o dinheiro que possuem, o dinheiro facilmente vira deus.
Praticar os dízimos e as ofertas é afirmar que ele não é nosso deus e, ao mesmo
tempo, honrar o Deus que nos dá o pão de cada dia!
Quando
dízimos e ofertas são praticados com seriedade, temos motivação nova para
sermos zelosos com nossos bens. Se preocupo-me em iniciar meu orçamento com a
separação do que vou consagrar a Deus sou levado a agir com mais sensatez no
uso do restante. Jamais deveríamos usar desculpas para fugir desse dever
cristão. Se desconfiamos da igreja ou do líder, devemos então buscar uma igreja
e um líder em quem confiar. E não é pelas bênçãos que devemos ser dizimistas e
fazer ofertas, mas é inegável que, quando temos esse compromisso, somos abençoados.
Tanto porque Deus manifesta-se em nossa vida, como porque nos tornamos mais
sábios na gestão dos nossos bens. Pois o temor ao Senhor é o principio da
sabedoria (Pv 1.7). Ser dizimista e poder ofertar é, na verdade, um privilégio
para o cristão.