“Guia-me pelas veredas da justiça por amor do seu nome” (Salmo 23.3).
A doutrina da direção divina aparece como um dos princípios que Isaac
Watts escolheu chamar de graça guardiã de Deus, ao qual temos nos referido como
cuidado de Deus na aliança. O Bom Pastor “...guia-me”. Guiar é o verbo que
carrega a promessa de que nosso Deus trará discernimento da decisão e direção
de que precisamos, a fim de nos mantermos ao seu lado ao longo do caminho da
vida. Nossa certeza, como crentes, da graça guardiã de Deus e do cuidado da
aliança deveria sempre embasar nossa busca por direção.
A ética da direção
divina aparece nos parâmetros que qualificam a promessa. Deus guia “pelas
veredas da justiça”, e por nenhum outro lugar. A direção de Deus nunca viola os
princípios da retidão e da integridade; Ele, também, nunca nos levará a
decisões e ações irresponsáveis; pelo contrário, Ele nos guia a obedecer a Sua
Palavra e a escolher entre as opções que temos, de modo a exercer a sabedoria
perspicaz, inspirada na imagem de Cristo e que honra a Deus, a qual nos é
ensinada na Bíblia, a sabedoria que sempre visa ao que mais agrada a Deus.
A espiritualidade
da direção divina aparece como propósito e diretriz de manter contato com o
nosso Pastor, não apenas de forma incidental, quando passamos em revista o
leque de decisões possíveis, mas, também, de buscar ter com Ele um
relacionamento pessoal tão próximo quanto pudermos, quando temos decisões a
tomar. O Pastor “guia-me pelas veredas da justiça por amor do seu nome” – isto
é, para mostrar sua fidelidade e ser honrado por ela mediante nossos
agradecimentos e louvores. Louvar e agradecer a Deus antecipadamente, porque
Ele prometeu nos guiar, é em geral um meio de chegar a um discernimento claro
de qual é o escopo da direção divina na decisão e ação que temos no momento.
É assim que
funciona a direção sob a tutela de Deus. Como todo o restante do Salmo 23, esse
é uma boa nova maravilhosa.