Nenhuma criança nasce consumista. O consumismo torna-se um hábito mental maquinado, característica mais visível da sociedade atual. Não importa o gênero, a faixa etária, a nacionalidade, a crença ou o status social, nossa sociedade é altamente consumista. Somos fortemente impactados por todos os meios de comunicação, em especial a televisão e a internet, na intenção de nos tornarem cada vez mais consumidores inconseqüentes. As crianças não estão isentas desse mal e problemas relacionados na hora de comprar ou adquirir algo: obesidade infantil, erotização precoce, consumo precoce de tabaco, álcool e outras drogas, estresse familiar, banalização da agressividade e violência, egoísmo, jactância, etc. Assim sendo, o consumismo infantil é uma questão urgente, de extrema importância e interesse geral.
Não tenha dúvida que para o mercado a criança é uma poderosa máquina de consumo, pois consegue influenciar os pais com seu “jeitinho” de pedir as coisas. É o que está sendo chamado de “Kids Power” por pesquisadores e profissionais da área. Segundo a Pesquisa “Hábitos e Consumo das Crianças nos Shopping Centers” da Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação (Esamc), “quando as crianças estão em um Shopping Center, elas fazem bem mais do que transformar os corredores, lojas e escadas rolantes em um grande parque de diversões. Elas estão cada vez mais poderosas, têm opinião formada e sabem muito bem o que procuram. Não é à toa que quando entram em um shopping influenciam 50% das decisões de compra de famílias das classes A e B”. Portanto, as crianças tornaram-se alvo importante para o mercado, pois além do que já foi dito, elas quando impactadas desde a infância tendem a ser mais fiéis a marcas e ao próprio hábito consumista que lhes é imposto.
Dessa forma, o consumismo infantil acaba se tornando um problema que vai além da educação escolar e doméstica. Crianças que aprendem a consumir desenvolvendo valores distorcidos tornam-se um problema de ordem ética, econômica e social. Por isso, nós que somos cristãos, pais ou não, devemos combater qualquer tipo de comunicação mercadológica dirigida às crianças com o intuito do consumismo inconseqüente. A infância deve ser preservada em sua essência como o tempo indispensável e fundamental para a formação do caráter. A palavra de Deus diz: “Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele”. Provérbios 22:6. Por isso, pais, antes mesmo de fazer as vontades de seus filhos e enche-los de presentes e outras coisas mais, instruam seus filhos para que sejam indivíduos conscientes e responsáveis, pois isso é a base de uma sociedade mais justa.
Rev. José Carlos – Secret. Geral do Trab. Infância da IPB