“Eis que chamei pelo nome a Bezalel,... e
o enchi do Espírito de Deus, de habilidade, de inteligência e de conhecimento,
em todo artifício.” Êxodo 31.2-3
A cultura e a religião não precisam estar em contraposição se usarmos a
teologia certa para aproximá-las.
A teologia reformada rejeita os extremos nocivos, que são: 1º) tentar desassociar completamente a
religião da cultura, como se nada houvesse de valor para ser aproveitado por
considerar a malignidade do mundo; e, 2º) reagir a cultura de braços abertos
como se nenhum filtro precisasse ser usado.
Cremos que realmente o mundo se encontra sob a influência do mal, mas
isso não se constitui fator suficiente para negá-lo completamente, antes, a
cultura produzida deve ser transformada.
O exemplo da construção do tabernáculo é
uma prova disto, mostrando o próprio Deus fazendo uso de elementos artísticos
para instituir o Seu culto e adoração. E
o tabernáculo foi feito a partir de ofertas feitas pelos israelitas (Ex
35.5-9), mas elas provinham dos egípcios (Ex 12.35-36) como dote, quando saíram
daquela terra de escravidão.
Podemos traçar, então, uma analogia sobre a santificação da cultura: as
riquezas que eram usadas para adornar pagãos agora seriam usadas pelo
habilidoso Bazalel na construção do tabernáculo. De igual forma, instrumentos musicais criados
pelos descendentes de Caim (Gn 4.21) são munerados por Davi como úteis e
necessários à adoração a Deus (Sl 150).
Concluímos que os elementos culturais (literatura, política, cinema,
música, artes, etc.) devem ser aproveitados para a produção de boa cultura a
fim de proporcionar um maior desfrute da criação de Deus.
Os cristãos devem não só usar os seus talentos, mas ensinar a razão da
existência do mesmo a outros.
Rev. Jonas M Cunha (Adaptado)