“Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados”. Mateus 5.4
Dizem que homem que é homem não chora. Mas a Bíblia e a
história estão cheias de exemplos de homens que choraram.
Esta parece ser uma bem-aventurança estranha: “Felizes
os infelizes” (Stott), ou seja, felizes os tristes, os que choram!
A palavra chorar é muito forte. É usada para o lamento pela morte de um
parente querido (Ex.: a tristeza de Jacó, quando seus filhos o fizeram pensar
que José estivesse morto – Gn 37.34). Aqui, porém, não se trata de choro de
luto, mas de arrependimento.
Pedro chorou “amargamente”, arrependido e decepcionado,
depois de ter negado a Jesus (Mt 26.75). A Bíblia diz que Jesus chorou em, pelo
menos, duas ocasiões: 1) quando foi para ressuscitar seu amigo Lázaro (Jo
11.35); 2) ao chegar à cidade de Jerusalém, pelo pecado do povo impenitente (Lc
19.41). Deve haver lágrima e tristeza da parte do crente, tanto pelos seus
pecados, como pelo pecado dos outros.
O apóstolo Paulo fala do resultado que a tristeza (e o
arrependimento) pelos nossos próprios pecados produzem (2Co 7.10). Assim, como o Senhor Jesus se entristeceu
pelos pecados das pessoas de Jerusalém, nós devemos nos entristecer quando vemos um irmão cair no
pecado, em vez de fazer fofoca sobre o seu pecado.
Podemos perceber que há uma ligação entre as duas
primeiras bem-aventuranças, e não só entre elas, mas entre todas! Ser “humilde
de espírito” é sentir convicção de ser pecador (da condição espiritual). E
“chorar” é demonstrar contrição, é o resultado que deve se seguir após haver
consciência do pecado. Davi: exemplo de tristeza pelo pecado – Sl 38.4, 18, e
exemplo de alegria pelo perdão – Sl 32.1-2, 5.
Somente aquelas pessoas que choram pelos seus pecados
serão consolados, pelo único conforto que pode aliviar o desespero, que vem
pelo perão da graça infinita de Deus – Ap 21.3-4.
Você já chorou hoje?
Rev. Jonas M. Cunha