“Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles
é o reino dos céus ”. Mateus 5.3
Seguindo
o mesmo esquema dos 10 mandamentos, as Bem-aventuranças são divididas em duas
partes: a 1ª parte trata do relacionamento do crente com Deus, e a 2ª parte
trata do relacionamento do crente com seu próximo.
Não é por acaso que a primeira
bem-aventurança seja “os humildes de espírito”. Ela serve de chave para a
compreensão do que vem em seguida.
Existe uma sequencia lógica e bem definida: intencional.
Ninguém
pode entrar no reino de Deus a menos que seja possuidor da qualidade nela
expressa. Não existe um participante que não seja “humilde de espírito”. Esta é a característica fundamental do
crente, do cidadão do reino dos céus; e todas as demais são, num certo sentido,
resultantes dela. Não podemos ser cheios das qualidades espirituais, produzidas
em nós pelo Espírito Santo, enquanto não formos primeiramente esvaziados das
nossas “qualidades carnais”. Deve haver um esvaziamento em nós antes que possa
haver um enchimento.
Trata-se de atitude de uma pessoa para
consigo mesma. Mais uma vez toca-se no ponto que é, nas Escrituras, a total e
essencial diferença entre o homem natural e o crente, o reino de Deus e o reino
deste mundo (uma separação completa, uma distinção absoluta).
O mundo dá grande ênfase a auto dependência,
autoconfiança e na auto expressão. Mas, no reino de Deus a coisa é bem
diferente! Essa bem-aventurança condena a perspectiva que considera o Sermão do
Monte um programa para o homem natural por em ação, sem que tenha havido
qualquer transformação em sua pessoa.
O “humilde de espírito” não é alguém fraco,
tímido, sem coragem, ou alguém sem personalidade. Nem a humildade daquele que
adquiriu muito conhecimento e que agora reconhece que não sabe nada. Não tem
nada a ver com uma aparência externa, como andar encurvado, falar baixo ou mal
vestido. Nem uma tentativa de impressionar os outros, com sacrifícios pessoais.
O humilde ou pobre de espírito é aquele que
admite que não possui nenhum recurso,
nenhum mérito diante de Deus, reconhecendo sua total dependência da graça do
Senhor. Como uma pessoa pode ser pobre e feliz ao mesmo tempo? Jesus está dizendo que são verdadeiramente
felizes aqueles que reconhecem sua total dependência espiritual, que não confia
em si mesmo, no que pode realizar, mas recebem da bondade e riqueza de Deus.
Rev. Jonas M. Cunha