“Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça
porque serão fartos.” Mateus 5.6
A quarta bem-aventurança retrata a verdadeira alegria
do faminto de justiça, não pela fome em si, mas pelo suprimento prometido. O
faminto de justiça é aquele que já se viu totalmente miserável diante de Deus
(pobre de espírito), por isto arrependeu-se do seu pecado (chorou e chora), e
já não se irrita com as ofensas recebidas (manso). Esta bem-aventurança trata
de um profundo anseio do coração. Será que você e eu apresentamos esta
característica como filho de Deus e cidadão do Reino?
I- A
expressão “Fome e Sede” – a vida na Palestina da época de Jesus era
dura. Uma família de camponeses tinha um salário médio muito baixo. Muitas
daquelas pessoas que ouviam Jesus tinham que trabalhar o dia inteirinho para
ganhar o seu sustento diário. Morando num país seco e árido, eles sabiam o que
era ter sede. É neste contexto que Jesus fala. Não de uma fome como a que
sentimos quanto passamos da hora costumeira de comer; é aquela fome que provoca
dor, de quem se sente morrendo por não ter o que comer e não ter o que beber. Quão
forte é o meu desejo de justiça; quanta força de vontade eu tenho para andar
nos caminhos do Senhor? (Salmo 42.1,2: 63.1). O filho pródigo ao sentir
fome comeu da própria comida dos porcos, mas quando estava morrendo de fome
voltou ao pai (Lucas 15.11-32).
II- A
expressão “Justiça”. Aqui não o sentido de “justiça legal”, como na
justificação; nem de “justiça moral”, como caráter e conduta que agradam a
Deus; ou ainda “justiça social”. Aqui, no contexto do Sermão do Monte, a ideia
que mais se enquadra é Santidade.
Quando eu tenho fome e sede de justiça, eu almejo me libertar do pecado em
todas as suas formas e manifestações. Ou seja, o profundo anelo de ver-se livre
do pecado, livre do poder do pecado, e livre do próprio desejo de pecar. O
desejo de ser Santo – como Cristo (experimentar a libertação do pecado na minha
vida – Tt 3.5).
III- “Serão
fartos”. A felicidade é resultante da busca de santidade. E quanto mais
transformados a imagem de Jesus, um maior desejo de mais ainda se parecer com
Ele (2 Co 3.18). Para isto é necessário ler a bíblia, orar, ler biografias de
pessoas que andaram pelo caminho de santidade, evitar tudo que sufoca nosso apetite
espiritual. Como está o seu apetite espiritual?
Rev. Jonas M. Cunha – Adaptado.