domingo, 13 de julho de 2014

Aprofundando a Exigência da Lei

“Ouviste que foi dito... Eu, porém, vos digo...’’ Mateus 5. 27, 28


Após colocar o assunto sobre o cumprimento da lei, nos versos 17 a 20 do capítulo 5 de Mateus, Jesus vai explicar melhor e dar exemplos, pois apesar de Seus seguidores não serem justificados pela obediência à Lei, não são dispensados de observá-la, pelo contrário: “Se a vossa justiça não exceder em muito a dos escribas e fariseus, jamais entrareis no reino dos céus” (v.20).

Ele deixa claro que a essência da Lei se identifica com a essência do Evangelho. Ambos têm sua origem, sua fonte em Deus, e revelam o caráter elevado que Deus espera de Seus filhos: mais do que atos exteriores aceitáveis, ou observações de regras, sem que sejam feitos à partir de um coração comprometido com o Senhor e o Seu Reino.
Como exemplo disto, Ele fala dos versos 27 a 32 a respeito da observação do 7º mandamento da lei, dada através de Moisés – “Ouvistes que foi dito: Não adulterarás. Eu, porém vos digo...” (v.27, 28a).
Jesus aprofunda a exigência da lei, não só quanto a limitação do mandamento mosaico que, à rigor, referia-se apenas a pessoas casadas, mas também quanto a sua observação apenas sobre o aspecto exterior e concreto do pecado, voltando o Seu olhar para o interior, para o coração da pessoa  - “qualquer que olhar ... com intenção impura, no coração, já adulterou ...” (v.28b).
A grande questão aqui não é sentir ou ter desejo sexual, pois o próprio Deus nos criou com este impulso, para a procriação da espécie humana, e para felicidade de Suas criaturas e ainda para glória Dele. Mas, também, nos criou seres morais e responsáveis, desejando que o sexo seja praticado dentro do padrão estabelecido por Ele (casamento).
Nos versos 29 e 30, Jesus ensina que a castração ou mutilação não resolve o problema, pois embora possa impedir o pecado quanto ao aspecto externo, não adianta nada quanto ao aspecto interno. O problema está na intenção, no coração do ser humano. Esta idéia tem base semelhante com aqueles que pensam que para se santificar e fugir das tentações, devem se isolar do mundo, vivendo em comunidades só de crentes, ou em monastérios.
Isto, porém, vai contra a idéia expressa na oração de Jesus “Não peço que os tires do mundo, e sim que os guardes do mal” (Jo 17.15), e contra aquilo que Ele ensinou antes, no próprio sermão do monte: “vós sois o sal da terra... vós sois a luz do mundo... Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus” (Mt 5. 13, 14 e 16).
O que Jesus demonstra aqui nesta passagem, é que o Seu ensino não contradizia o do Velho Testamento, antes, o aprofundava. Seu objetivo é deixar claro o princípio por traz do mandamento. Não adianta “estar de acordo com a lei” apenas exteriormente, devemos viver de modo a agradar a Deus, não só preocupado em cumprir regras, mas que os nossos atos e palavras sejam expressão do caráter (interno) de um verdadeiro filho de Deus.
Rev. Jonas M. Cunha