segunda-feira, 7 de julho de 2014

Perdão

“...Assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós.’’ Colossenses 3.13 b


Vemos famílias sendo destruídas por causa do ódio de uns pelos outros, parentes que não se falam mais devido a alguma desavença no passado. Disputas judiciais quanto a herança, bens ou guarda dos filhos em que o desentendimento é tão grande que não existe mais espaço para o diálogo e o respeito. Entre as nações não é diferente. O ódio e as disputas engatilham as inúmeras guerras.  Diante desta realidade só existem duas opções para encararmos esses fatos: ou perdoamos ou adoecemos.

No trecho de Mateus 18.23 a 35, Jesus trata desta questão do perdão. Um súdito foi perdoado pelo rei  de uma dívida muito grande, que ele não tinha condições de pagar. Era o equivalente a soma dos impostos recolhidos de todo Império Romano por 13 anos, cerca de 350 toneladas de ouro. Precisaria trabalhar 150 mil anos para conseguir quitar essa dívida.

                Esse primeiro trecho (v. 23 ao 27) nos remete ao grande amor de Deus por nós. Sendo Deus santo e todo o homem pecador, é impossível para nós pagarmos nossa dívida com Ele, pois todos somos culpados de não cumprir a Lei de Deus. “A alma que pecar, essa morrerá” (Ez 18.4b).
A narrativa continua e vemos que esse servo que foi perdoado encontrando um conservo que lhe devia 100 denários, não agiu da mesma forma, muito pelo contrário, foi cruel sufocando-o e levando-o para a prisão. Esse valor equivaleria a 3 meses de trabalho, algo que poderia ser quitado.
Ao saber do que havia acontecido o rei repreendeu aquele aquém tinha perdoado (v. 32 e 33). Esse trecho representa as nossas dívidas uns com os outros. São ínfimas perto do grande débito que tínhamos com Deus, portanto, se Deus assim nos perdoou de uma dívida imensa por que negamos o perdão a nossos semelhantes? Mas esse ato não ficou impune (v. 34-35). O que é ser entregue aos verdugos (ou carrasco)? Pode significar a nossa própria consciência que nos atormenta. Enquanto não resolvemos nosso sentimento de mágoa e ódio nosso coração fica cada vez mais adoecido.
Por que não conseguimos de fato viver esse perdão? A igreja é a comunidade de pessoas que foram perdoados pelo sangue do Cordeiro. Gente imperfeita que ainda luta contra o pecado. Por isso o perdão é vital para mantermos um relacionamento saudável e verdadeiro. A mágoa abre brecha para Satanás causar destruição. Devemos confessar nossos pecados uns aos outros e perdoar uns aos outros. Perdoar é não tratar o faltoso como ele mereceria mas sim com misericórdia. A ideia não é buscar culpados nem procurar saber quem tem razão, isso não importa! Perdoar é cancelar a dívida por completo sem mais acusações ou cobranças.
Não importa se você é o ofensor ou o ofendido. Não podemos dar desculpas e fugir dos que nos magoaram nem daqueles que nós ofendemos. É preciso enfrentar a realidade. O silêncio e o tempo não resolvem a situação. O perdão é a terapia para a alma, a libertação do fardo do ódio e da revolta. O perdão é a chave para cura das feridas do coração. O perdão que recebemos é a medida do perdão que devemos dar.
Presb. Ronaldo L. Cunha