“Pois eu invejava os arrogantes,
ao ver a prosperidade dos perversos.” Salmo 73.3
Inveja pode ser definida
como desejo de possuir um bem que pertence a outro, ou querer o que é dos
outros para você. Ela mostra o quanto a pessoa se sente infeliz e sua atenção
constante a respeito de outros.
Asafe encontra a
resposta ao intrigante problema da prosperidade dos ímpios. Antes, ele
compartilha a angústia e a prova pela qual passou sua fé, e que ele quase
perdeu (v.2). Ele revela uma franqueza enorme, confessando ter tido inveja e
ter julgado apenas por aquilo que ele via.
O “Altíssimo” (v.11) é
quem recebe menos respeito, e o salmista tem a mortificação de ver o pecado não
somente bem pago, como também tido em alta estima (v.10).
Ele chega a pensar que
foi perda de tempo sua sinceridade diante de Deus (v.13), demonstrando uma atitude
egoísta (o que ganhei com isto?). Mas esta ideia chocou o escritor ao ponto
dele adotar uma atitude mental melhor.
A transformação do ponto
de vista dele é registrada no v. 17 (“até que...”), consequência de muita
reflexão e sondagem do coração antes. Mas a luz irrompe quando ele se volta
para o próprio Deus, em adoração. Ele percebe o contraste da eternidade,
soberania e existência independente, com o futuro daqueles homens a quem
invejava.
O julgamento não é
apenas o fim lógico, mas a rejeição pessoal deles por parte de Deus (v.18-22).
Mas nós, por outro lado, podemos ser chamados, com as boas vindas, sendo
recebidos e reconhecidos (v. 23-26). Foi disto que o salmista se esquecera,
pois nada pode cegar mais do que a inveja ou o ressentimento.
O fato de se colocar na
presença de Deus é que causou a mudança. Ela se tornou o seu deleite. Ela lhe
dá coragem de enfrentar a própria morte (v.26). Pode ver agora seus queixumes e
ciúmes como insensatos (v.27-28), apontando a conclusão anunciada no v. 1.
Na presença de Deus
temos a perspectiva correta!
Rev. Jonas M. Cunha