“Mas ele lhes respondeu: Asseguro-vos que, se eles se calarem,
as próprias pedras clamarão.”. (Lc 19.40).
as próprias pedras clamarão.”. (Lc 19.40).
Com base nestas palavras de Jesus, vez por outra, alguém,
desafiando a igreja à obra missionária, diz que se não pregarmos o evangelho,
as pedras clamarão. A afirmação é bem intencionada, mas incorreta. Não foi isso
que Jesus disse. Este equívoco ecoa há muito tempo em nosso meio, e é um tiro
no pé.
O contexto esclarece bem. Os discípulos, entusiasmados com a
entrada de Jesus em Jerusalém, começaram a louvar a Deus e a gritar: “Bendito o
Rei que vem em nome do Senhor; paz no céu e glória nas alturas”. Incomodados,
os fariseus pediram que ele os repreendesse. Então ele deu a resposta contida
em Lucas 19.40. Que é bem específica: “se estes
se calarem”. Ele era o Rei prometido, o Messias esperado. Isso era tão
gritante que se os discípulos se calassem, as pedras o proclamariam. O contexto
não é de evangelização ou missões. Jesus não disse que pedras evangelizariam.
Só seus seguidores podem fazer isto.
A tarefa de pregar o evangelho é tão restrita aos discípulos de
Jesus, que os anjos gostariam de desempenhar esta tarefa (1Pe 1.12) e não
conseguiram o privilégio. Se não evangelizarmos nem fizermos missões, ninguém o fará. Se as
pedras clamassem em nosso silêncio, melhor seria fechar as juntas missionárias
e enviar caminhões de brita para os campos. Devemos fazer missões!
Investir na obra missionária, manter missionários, orar por eles e
dar-lhes condições de viverem e desempenharem sua tarefa é responsabilidade de
toda a igreja de Cristo. Os missionários não são fracassados que, não dando
certo na vida secular, optaram pela caridade eclesiástica. São pessoas que têm
uma visão espiritual e comprometeram suas vidas com o evangelho. Merecem
respeito. Eles são a elite das tropas de Deus.
Pr.
Isaltino Gomes Coelho Filho