“Ele chegou cansado de uma longa caminhada, viu a porta da igreja aberta e entrou”. O pregador falava com tanta eloqüência que, de seu púlpito, não o percebeu. Sentou-se no banco de madeira maciça, como a madeira da cruz, ao lado de um jovem casal que estava planejando colocá-lo no centro de seu lar, mas nem sequer perceberam que ele estava a seu lado.
Vestia-se com simplicidade, o que contrastava com as togas vistosas que o coral usava. Os coristas estavam tão concentrados no regente e nas letras de seus hinos que lhes era impossível perceber sua presença.
Na hora da coleta, deixou cair seus últimos centavos. Muitos ouviram o barulho das moedas ofertadas. Não perceberam porém, que aquelas mesmas mãos que as lançaram, foram um dia pregadas em ofertas de amor.
Seu olhar percorreu um a um todos os membros daquela igreja. Não houve quem percebesse. Ele era o motivo da cerimônia, o alvo de louvor, a inspiração dos cânticos e o sopro da vida, mas ninguém o percebeu. Ele continua andando entre nós. Quem irá percebê-lo?
“Então, lhes responderá: Em verdade nos digo que, sempre que o deixastes de fazer a um destes mais pequeninos, a mim o deixastes de fazer.” (Mateus 25.45).
Rev. Jonas M. Cunha
Extraído do livro “Se eles estivessem aqui”, de Ruben Ciola.