segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Coerência

“Aquele que afirma que permanece [em Cristo] deve andar como ele andou.” 1 João 2.6


Em uma cidade no Canadá, um policial se envolveu com uma jovem que era testemunha num caso em que seis homicídios eram investigados.  De investigador passou a suspeito e, por falta de integridade, já não podia mais cumprir a tarefa para a qual fora designada.
No texto de Gênesis 17.1-8, Deus estabelece a sua aliança eterna com Abrão, que para isso precisava ser íntegro.  Ele falhara no passado e precisava renovar a sua fé no Senhor.  Foi convidado a ter uma vida que refletisse o pacto com Deus, tornando-se transmissor da promessa da vinda do Salvador, Jesus.  Para marcar sua mudança de vida, Deus deu-lhe um novo nome, Abraão.  Ele deveria seguir o exemplo de Noé, que era justo e íntegro, tendo se destacado no meio de um povo corrupto, pois andava com o Senhor (Gn 6.9).   Um dia, Abraão seria reconhecido como um homem de fé (Hb 11).
Na Bíblia, Deus sempre enfatizou a necessidade de coerência.  Israel foi escolhido como povo de Deus e por isso deveria viver de modo digno.   Os profetas também orientaram o povo a separar-se de tudo o que desagradasse ao Senhor.  Porém, com os anos Israel se acostumou com a prática do mal enquanto achava que era povo de Deus.  Confiavam nas tradições e na prática dos ritos da Lei, mas esqueciam a necessidade de uma vida integra.  Quando Jesus veio ao mundo, foi rejeitado e crucificado por aqueles que deveriam esperá-lo.  Como sempre, só uma minoria o seguiu pela fé.  Estes também foram orientados pelos apóstolos para que vivessem dignos da sua vocação em Cristo.
O versículo em destaque afirma que a vida do cristão deve estar em harmonia com o que ele diz.  Há uma música que anuncia:
“O viver fala mais do que todo nosso dizer” e alguém disse o seguinte: “Deixe que sua vida seja um bom testemunho – e use palavras, se forem necessárias”.  Com Cristo dominando nosso ser diariamente, as pessoas verão que seguimos seus passos.
“De cem homens, um lerá a Bíblia;
99 lerão o cristão” – Dwight Moody
Rev. Jonas M. Cunha(extraído de Pão Diário)

A Vontade Preceptiva de Deus

“Quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade...”
 João 16.13a
Existem dois modos de Deus direcionar nossa vida: um é o direcionamento dado por meio das instruções que a Bíblia nos dá a respeito de decisões morais; o outro é a direção ou governo providencial de Deus, a ação de Deus que governa todas as coisas e faz com que todos os seus desígnios sejam cumpridos.
O primeiro está relacionado à vontade preceptiva de Deus, a vontade que está revelada em seus preceitos, isto é, em sua Palavra.  O segundo tem a ver com Sua vontade decretiva: com aquilo que ele decretou que acontecerá.
O direcionamento de nossa vida por meio da Escritura é uma obra realizada pelo Espírito Santo.  Ele indica ao cristão, na Bíblica, qual é a vontade de Deus para a vida humana com relação as decisões morais (Jô 16.13; 14.26; Rm 8.14).
Por meio da Escritura inspirada pelo Espírito podemos conhecer, com certeza absoluta qual caminho devemos seguir em muitas ocasiões.  A Bíblia está cheia de instruções que nos indicam, de forma clara e precisa, o que devemos fazer.
O Espírito nos orienta por meio de mandamentos, como os que encontramos nos 10 mandamentos, com instruções dos apóstolos, com o exemplo de homens e mulheres da Bíblia, e até com o exemplo de Cristo.
É necessário que nos dediquemos à leitura e ao estudo da Palavra de Deus.  Não basta conhecer umas poucas instruções.  Precisamos ser capazes de manuseá-la com sabedoria e habilidade.  Senão deixaremos de receber instruções preciosas que o Espírito já nos deu na Escritura.
A deficiência em conhecermos o conteúdo bíblico nos leva a pensar que a Bíblia não tem nada a dizer sobre muitas das decisões que temos que tomar no decorrer da vida.
Não fique esperando uma revelação do Espírito, pois ele já deu esta revelação.  É necessário que a leiamos e tenhamos Sua iluminação.
Rev. Jonas M. Cunha(adaptado)

A Ceia do Senhor

“Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice, anunciais a morte do Senhor, até que ele venha.” 1 Coríntios 11.26
O que é a Ceia do Senhor?
Resposta:A Ceia do Senhor é um sacramento do Novo Testamento no qual, dando-se e recebendo-se pão e vinho, conforme a instituição de Jesus Cristo, é anunciada a sua morte; e os que dignamente participam dele, alimentam-se do corpo e do sangue de Cristo para sua nutrição espiritual e crescimento na graça; têm a sua união e comunhão com ele confirmadas; testemunham e renovam a sua gratidão e consagração a Deus e o seu mútuo amor uns para com os outros, como membros do mesmo corpo místico.
(1 Co 11.26; Mt 26.26,27; 1 Co 11.23-27; 1 Co 10.16-21.)
Como se alimentam do corpo e do sangue de Cristo os que dignamente participam da Ceia do Senhor?
Resposta:Desde que o corpo e o sangue de Cristo não estão nem corporal, nem carnalmente, presentes no, com ou sob o pão e o vinho na Ceia do Senhor, mas, sim, espiritualmente à fé do comungante, não menos verdadeira e realmente do que estão os mesmos elementos aos seus sentidos exteriores, assim os que dignamente participam do sacramento da Ceia do Senhor se alimentam do corpo e do sangue de Cristo, não de uma maneira corporal e carnal, mas espiritual, contudo verdadeira e realmente, visto que pela fé recebem e aplicam a si mesmos o Cristo crucificado e todos os benefícios de sua morte.
(At 3.21; Gl 3.1; Hb 11.1; Jô 6.51,53; 1 Co 10.16).
Rev. Jonas M. Cunha (extraído do Catecismo Maior – perg, 168 e 170)

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Permanecer em Cristo

“Permaneçam em mim e eu permanecerei em vocês.” João 15.4a


“Permaneçam em mim” foi a ênfase de Jesus como a necessidade primordial em seu discurso no cap. 15 do evangelho de João.
Se Cristo é o tronco da videira e nós os seus ramos, sem dúvida é necessário, acima de tudo, permanecermos na videira para que possamos produzir furtos.  Não podemos imaginar um ramo dando seu fruto desligado da videira.  Um ramo separado da videira é um ramo morto, sem vida.
De igual modo, se como cristãos desejarmos produzir frutos em nossa vida espiritual, como de fato é o desejo do nosso Pai Celestial, é imprescindível, permanecermos unidos a Cristo.
Este é o milagre dos milagres! A vida de Cristo em nós: seu desejo, nosso desejo; seu propósito, nosso propósito, sua obra, nossa obra; seus ideais, nossos ideais! Assim como o ramo não pode produzir sem o tronco e a lua não daria nenhuma luz, sem o sol, os cristãos também não podem viver sem Cristo, “pois sem mim vocês não podem fazer coisa alguma” (v. 5b).
Tão verdadeiramente como Cristo revelou o Pai neste mundo, cumprindo o seu mandato, fazendo a sua vontade e o seu trabalho, os cristãos deveriam refletir a perfeição do Mestre, na palavra, no pensamento, nos atos, vivendo como ele viveu.  É o que nos diz a Palavra de Deus: “Sejam imitadores de Deus, como filhos amados, e vivam em amor, como também Cristo nos amou e se entregou por nós como oferta e sacrifício de aroma agradável a Deus” (Ef 5. 1, 2). “Permaneçam em mim” – os frutos da nossa vida dependem dessa íntima relação, sem a qual nenhum cristão será útil.
Portanto, não seja você inativo, nem infrutífero na igreja de Deus pela negligência ou indiferença.  Permaneça em Cristo Jesus, mantendo o contato com ele e obedecendo às suas instruções, e assim produza frutos, muitos frutos para o reino de Deus.
Permanecer em Cristo é condição primordial para produzir frutos espirituais.
Rev. Jonas M. Cunha (extraído de Pão Diário)

“O Espírito Santo e a Revelação Especial”

Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça.”  2 Timóteos 3.16

A Bíblia não é um livro como outro qualquer.  Embora tenha sido escrita por seres humanos, foi inspirada por Deus (2 Tm 3.16).  Literalmente = “soprada” por Deus.
Por Sua livre graça e por Sua providência soberana, Deus concedeu uma revelação totalmente fiel de Si mesmo, levando escritores humanos a prepararem o registro dessa revelação em linguagem humana.  É isto que também afirma o apóstolo Pedro (2 Pe 1.20-21).
"Homens santos falaram” – embora tenha origem divina, a revelação bíblica foi registrada por homens escolhidos por Deus para isso.  A Bíblia não foi escrita em língua de anjo, nem em códigos indecifráveis, mas na língua falada pelo povo.  Os escritores eram tão seres humanos quanto nós: falavam em linguagem humana, viviam no mundo dos seres humanos e interagiam com seres humanos, com sociedades humanas e com o mundo ao seu redor.
A doutrina bíblica da inspiração está fortemente baseada na própria Escritura, porque só é possível temos conhecimento de Deus através daquilo que Ele mesmo nos revela, seja nas obras de criação e providência (chamada revelação geral), ou na Escritura (revelação especial).
Mais especificamente, a obra de inspiração das Escrituras é uma obra importante da 3ª pessoa da Trindade, o Espírito Santo.  É Ele que garante a veracidade daquilo que é revelado e também a fidelidade e exatidão do meio empregado para fazer com que essa revelação seja transmitida no decorrer dos tempos.
“...Da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo” (2 Pe 1. 21).  Apesar dos escritores bíblicos terem liberdade para se expressarem e registrarem de forma variada a revelação de Deus, mantendo  características próprias de acordo com seu estilo, nenhum deles teve liberdade para criar suja própria mensagem. Por isso dizemos que Deus (Espírito Santo) é o próprio autor da Bíblia.
Rev. Jonas M. Cunha (adaptado)

“Oração e ação”

Porém nós oramos ao nosso Deus e, como proteção, pusemos guarda contra ele, de dia e de noite.”  Neemias 4.9

Parece piada, mas não é.  Quem me contou estava presente.  Certa ocasião, o missionário A. Bem Oliver, acompanhado de outros irmãos no trabalho missionário que realizava entre as ilhas do litoral paranaense em torno de Paranaguá, enfrentou uma grande tempestade em um pequeno barco a remo.
Em determinado momento, um dos que estava no barco assustado com a tempestade, perguntou: Pr. Oliver, não seria melhor pararmos para orar?  Ao que ele respondeu com seu característico sotaque americano: irmão, vamos orando e remando..., oraaando e remaaando..., e assim foram até chegar a um lugar seguro.
Para alguns esta atitude pode parecer estranha, pois separam oração de ação.  Imaginam que agir depois de orar seja falta de fé.  Mas não é assim.  Como se percebe no texto bíblico base desta meditação, o grande líder Neemias, homem de muita oração e ação, não as separava.  Diante das ameaças de seus inimigos, prontos para invadir a cidade fragilizada, com seus muros destruídos, não titubeou: colocou o problema diante de Deus em oração e, ao mesmo tempo, estabeleceu guardas de dia e de noite para a proteção do povo.
Existem ocasiões em que só podemos orar, mas não é bíblico deixar de fazer a nossa parte quanto esta é possível.  Assim, oremos pelos enfermos, mas também lancemos mão dos remédios e da ajuda médica; oremos por missões, mas também ofertemos e enviemos missionários; oremos pela conversão de nossos queridos, mas, ao mesmo tempo , compartilhemos com eles o Evangelho; oremos pelo pão de cada dia, como o Senhor nos ensinou, mas trabalhemos por ele, como a Bíblia nos ordena.
Enfim, se for possível, vamos orar e agir, fazer tudo o que está ao nosso alcance.  Lembremos da Bíblia e do exemplo do missionário Oliver.  Diante das dificuldades e desafios da vida, sigamos orando e remando, orando e remando, orando e ...
A oração não nos dispensa de agir
Dentro de nossas possibilidades.
Rev. Jonas M. Cunha (extraído de Pão Diário)

domingo, 9 de outubro de 2011

“A Festa de Pentecostes”

“Ao cumprir-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar... Todos ficaram cheios do Espírito Santo...”Atos 2.1 e 4
A festa de Pentecostes foi instituída por Deus através de Moisés – Levítico 23.15-25.  Ela recebe este nome porque tinha que ser realizada 50 dias após a festa da Páscoa. 
A primeira festa que Israel deveria celebrar era a Páscoa, como um memorial da libertação dos hebreus do cativeiro egípcio, e que, ao mesmo tempo, tipificava a morte vicária de Cristo.  Esta festa era seguida da festa das Primícias, na qual o molho das primícias era um tipo da ressurreição do Senhor.  Depois da morte e ressurreição de Cristo, vem a descida do Espírito Santo, tipificada pela festa do Pentecostes.
Na festa de Pentecostes eram oferecidos pães com fermento (Lv 23.17).  Por ser um símbolo do pecado, era proibido em todas as outras festas. Isto nos revela que Deus reconhece a existência do pecado em seu povo.  Esse pecado, que é uma realidade na vida dos servos do Senhor, continuaria sendo realidade mesmo durante e depois da Festa de Pentecostes.  E mesmo depois da descida do Espírito Santo o cristão continua sendo um pecador (1 Jo 1.8-10).
O Espírito Santo não desceu no dia de Pentecostes para erradicar a realidade do mal existente na natureza humana, mas para plantar a semente da santificação no coração dos cristãos de todas as épocas e lugares, capacitando-os a viver pela fé e, de acordo com esta fé, batizá-los em um só corpo, cuja cabeça vive no céu.
Observe que os “pães movidos” tinham que ser oferecidos juntamente com o sacrifício de 7 cordeiros, 1 novilho e 2 carneiros. O sacrifício desses animais era um tipo do sacrifício de Cristo (Lv 23.18), que foi a obra de Deus em função da qual o perdão pelos pecados de seu povo foi assegurado.
Portanto, embora a festa de Pentecostes fale sobre o pecado humano, ela também aponta para o perdão de Deus, garantido pela obra substitutiva de Cristo.  Por meio da obra regeneradora e santificadora do Espírito Santo, é a perfeição de Cristo, e não a iniqüidade humana, que fica sempre diante de Deus.
O povo reunido para a celebração da festa de Pentecostes era uma figura da união do povo de Deus pelo Espírito Santo.  Nela identificamos a união do povo de Deus e a aplicação da obra realizada por Cristo ao pecador eleito.  Não poderia existir ocasião mais oportuna para a descida definitiva do Espírito Santo.       
Rev. Jonas M. Cunha (adaptado)