A primeira festa que Israel deveria celebrar era a Páscoa, como um memorial da libertação dos hebreus do cativeiro egípcio, e que, ao mesmo tempo, tipificava a morte vicária de Cristo. Esta festa era seguida da festa das Primícias, na qual o molho das primícias era um tipo da ressurreição do Senhor. Depois da morte e ressurreição de Cristo, vem a descida do Espírito Santo, tipificada pela festa do Pentecostes.
Na festa de Pentecostes eram oferecidos pães com fermento (Lv 23.17). Por ser um símbolo do pecado, era proibido em todas as outras festas. Isto nos revela que Deus reconhece a existência do pecado em seu povo. Esse pecado, que é uma realidade na vida dos servos do Senhor, continuaria sendo realidade mesmo durante e depois da Festa de Pentecostes. E mesmo depois da descida do Espírito Santo o cristão continua sendo um pecador (1 Jo 1.8-10).
O Espírito Santo não desceu no dia de Pentecostes para erradicar a realidade do mal existente na natureza humana, mas para plantar a semente da santificação no coração dos cristãos de todas as épocas e lugares, capacitando-os a viver pela fé e, de acordo com esta fé, batizá-los em um só corpo, cuja cabeça vive no céu.
Observe que os “pães movidos” tinham que ser oferecidos juntamente com o sacrifício de 7 cordeiros, 1 novilho e 2 carneiros. O sacrifício desses animais era um tipo do sacrifício de Cristo (Lv 23.18), que foi a obra de Deus em função da qual o perdão pelos pecados de seu povo foi assegurado.
Portanto, embora a festa de Pentecostes fale sobre o pecado humano, ela também aponta para o perdão de Deus, garantido pela obra substitutiva de Cristo. Por meio da obra regeneradora e santificadora do Espírito Santo, é a perfeição de Cristo, e não a iniqüidade humana, que fica sempre diante de Deus.
O povo reunido para a celebração da festa de Pentecostes era uma figura da união do povo de Deus pelo Espírito Santo. Nela identificamos a união do povo de Deus e a aplicação da obra realizada por Cristo ao pecador eleito. Não poderia existir ocasião mais oportuna para a descida definitiva do Espírito Santo.
Rev. Jonas M. Cunha (adaptado)