segunda-feira, 25 de agosto de 2014

A Oração e a Obra Missionária

“Ele, porém, se retirava para lugares solitários e orava.”

Lucas 5.16


O evangelista Lucas registra de forma vívida a intensa vida de oração de Jesus. Lucas faz isso com maior destaque porque seu foco é apresentar Jesus como o homem perfeito. E, como tal, foi um homem de oração.
Jesus orou nos momentos mais decisivos de sua vida. Orou em seu batismo. Orou no deserto da tentação. Orou para escolher seus apóstolos. Orou quando as multidões buscavam-no apenas em busca deum milagre. Orou no monte da transfiguração e também orou no jardim do Getsêmani.
Jesus orou na cruz e agora ora no céu. Seu compromisso com a oração ensina que Deus vem antes de sua obra. Quando as multidões afluíam para o ouvir e serem curadas de suas enfermidades, Jesus se retirava e orava.
Para Jesus a intimidade com o Pai, por intermédio da oração, era o mais importante do que o ministério. Sem oração não há poder, nem avanço missionário. Sem oração a igreja perde o foco.
Ao longo dos séculos, a obra missionária avançou quando a igreja se prostrou para orar. Os missionários que foram poderosamente usados nas mãos de Deus foram aqueles que mais se entregaram à oração.
Sem oração a pregação gera morte e não vida. Sem oração falta óleo na mensagem e sermão sem unção endurece os corações.
 Antes de a igreja ir até aos confins da terra, ela precisa restaurar o altar da oração.
Rev. Jonas M. Cunha
Extraído de Cada Dia

sábado, 16 de agosto de 2014

Prática da Justiça

“Guardai-vos de exercer a vossa justiça diante dos homens, com o fim de serdes vistos por eles...”

Mateus 6.1


“Hipócrita”: ator, aquele que finge ser alguém.
No texto de Mateus 6.1-17, Jesus condena a “religiosidade” externa.
Primeiramente é preciso deixar claro que devemos exercer nossa “justiça” diante dos homens. Deus não quer que vivamos isolados do mundo, pelo contrário (Mt 5.13-16). Jesus não está condenando esmolas, oração e jejum. O que está errado não é o ato em si, mas a motivação. Jesus adverte que quem agir assim não terá galardão (recompensa da parte de Deus). Humildade e não orgulho é a base da comunhão com Deus.
Dito isto, o Senhor dá 3 exemplos, situações de como praticar isto: 1º) “Quando deres esmola” (v.2) – em vez de ficar se gabando, deve-se ser discreto.
2º) “Quando orardes” (v.5) – não se destacar no meio de outras pessoas, para chamar atenção para si, mas ir para um lugar isolado, particular. Ele também diz para não ficar repetindo os pedidos, pensando que vai ser atendido se insistir. Deus já de nossas necessidades. Então, Ele dá um modelo de oração (sem repetições, mas com humildade e submissão).
3º) “Quando jejuardes” (v.16) – em vez de fazer cara de quem está jejuando, deve se lavar para que outros não percebam que você está jejuando.
Em terceiro lugar, vemos as consequências ou resultados de cada proceder, de acordo com sua motivação: a) Os que querem aparecer e chamar a atenção das pessoas: “já receberam a sua recompensa”- v. 2, 5 e 16. Já receberam o “aplauso” dos homens, por isto, não vão receber nada de Deus; b) Os que estão interessados em agradar a Deus: “o Pai, que vê em secreto, te recompensará”- v. 4, 6 e18. Estes vão receber o galardão (recompensa) de Deus (v.1).
A lição para nós é que Deus observa não só o que fazemos, a nossa ação (o exterior), mas também observa a nossa motivação, a intenção, (o interior). Ele vê o nosso coração e sabe quem de fato estamos querendo agradar, se a Ele, ou se a nós mesmos.
Você tem vivido para agradar a Deus, ou tem praticado atos apenas para ser elogiado e aplaudido pelos outros?
José no Egito se preocupou apenas em ser aprovado por Deus. Paulo diz que tudo o que fazemos (ou deixamos de fazer), deve ser para glorificar a Deus. E em Romanos 12.1-2, diz que o nosso viver deve ser um culto constante a Deus.
Rev. Jonas M. Cunha

sábado, 9 de agosto de 2014

Amando os Inimigos

“Eu. Porém, vos digo: amai os vossos inimigos...”
Mateus 5.44



Na conclusão do capítulo 5 de Mateus, Jesus diz algo surpreendente: “sejam perfeitos, como o vosso Pai celeste é perfeito” (v.48). Como ser perfeito, se sou pecador, mal e imperfeito? Faço coisas más, ou que não deveria fazer (ex.: gula); falo coisas que não deveria falar (palavrões, mentiras, falar mau de alguém; vejo coisas que não deveria ver (na tv, e internet); tenho atitudes que não deveria (calar diante da injustiça); sentimentos e desejos (desejar o mau para alguém); pensamentos (julgamentos precipitados).
Minha natureza decaída não permite que eu passe um dia sem pecar. Como Jesus espera que eu seja perfeito? E, não apenas perfeito como  Noé, Davi ou Paulo, mas como o Pai celeste!
Sim, estamos num processo de santificação e somos estimulados na Palavra de Deus a nos desenvolver, progredir, crescer espiritualmente  - “... desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor” (Fp 2.12b). Confira também: 2 Pe 3.18; 1Pe 2.2; Ef 4.24. Mas sabemos que só na glorificação seremos livres da presença do pecado e atingiremos a perfeição e santidade completas (Rm 8.30).
 Ao que, então, Jesus está se referindo? Não a sermos sem pecado, mas, sim, “maduros e completos na semelhança a Deus” (Bíblia Anotada). Ele aponta para a absoluta perfeição do amor de Deus como alvo do crente (Bíblia Vida Nova). O padrão que Deus exige de seu povo é Seu próprio caráter perfeito. A perfeição de Deus inclui o amor da graça benevolente. Mesmo que essa perfeição não seja atingida nesta vida, ela é o objetivo daqueles que se tornam filhos do Pai (Bíblia de Genebra).
Jesus contrata o “amor” com o “ódio” (v.43). O A.T. não diz que devemos odiar o nosso inimigo. Isto era a falsa conclusão derivada do ensino dos escribas, inferido da estreita compreensão daquilo que significava “próximo”, que para eles era simplesmente um outro judeu. Jesus mostra que a verdadeira intenção de Lv 19.18 é incluir até os inimigos (Lc 10.29-37). O nosso padrão (modelo) é o amor de Deus “que faz nascer o seu sol sobre maus e bons e vir chuvas sobre os justos e injustos” (v.45). Ele ama a todos e faz o bem a todos, e caso não hajamos da mesma forma, seremos parecidos com os publicanos e gentios, e não como o Pai celeste (v. 46 e 47).
A Bíblia de Jerusalém traduz “para que vos torneis”, diferentemente: “desse modo vos tornareis filhos do vosso Pai que está nos céus” (v 45). É amando os inimigos que mostramos que somos filhos de Deus, pois este modo de agir é parecido com o dEle.
Rev. Jonas M. Cunha

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Vencendo a Vingança

“...Qualquer que te ferir na face direita, volta-lhe também a outra”. Mateus 5.39

Recentemente o governo brasileiro pronunciou-se sobre os ataques de Israel à Faixa de Gaza como sendo “desproporcional”. Isto, verifica-se, frequentemente, no cotidiano das nações e também das pessoas, porque a tendência humana é de se vingar “a mais”.
No trecho de Mateus 5.38-42, Jesus aponta para o fato de ser citado a lei “olho por olho, dente por dente”, Levítico 24.19 e 20. E, lembra que o propósito era promover a justiça exata, mas não a vingança, e que a mesma dizia respeito à justiça pública, e não à vingança particular. Na maioria dos casos, a pessoa culpada tinha permissão para dar uma justa compensação pela avaria, pela ferida ou pela perca.
A “lex talionis” (lei da retaliação), referida primeiramente em Êxodo 21.12-36 (especialmente v. 23 e24), era a punição que visava equiparar o castigo à ofensa, e o meio de terminar com disputas e rixas. Mas Cristo mostrou um outro meio de fazê-lo.
 “Eu, porém, vos digo: Não resistais ao perverso” (v. 39). Jesus se contrapôs àqueles que viam neste princípio base para a vingança pessoal. Temos exemplos na Bíblia, como Abraão, foi libertar seu sobrinho Ló, embora este se revelasse cobiçoso. José, que generosamente perdoa seus irmãos. Davi, que por 2 vezes poupa a vida de seu perseguidor Saul. Estevão, ao ser apedrejado (At 7.60). E o próprio Cristo: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”.
Mesmo compelido por força a fazer alguma coisa por alguém (v.41), a pessoa pode demonstrar liberdade para fazer voluntariamente mais do que foi exigido, ao invés de fazer o serviço com má vontade.
Os fariseus apelavam para a lei de talião a fim de justificar a retribuição e a vingança pessoais. Citavam esse mandamento com o fim de destruir o seu próprio propósito. Entretanto, o Antigo Testamento já proibia a vingança pessoal (Lv 19.18; Pv 20.22; Pv 24.29).
Jesus está condenando o espírito de desamor, de ódio e de desejo de vingança. Assim, o que ele ensina são atitudes que, em vez de demonstrar (com palavras e atos) que se está cheio de espírito de rancor, demonstram amor.
Não temos o direito de odiar a pessoa que tenta nos privar de nossas posses (v.40). Nosso coração deveria encher-se de amor por tal pessoa e isto deveria revelar-se em nossas ações.
Enfim, em vez de nos vingarmos, deveríamos vencer o mal com o bem, surpreendendo os outros como o modo como os filhos de Deus reagem. Veja Romanos 12.17-21. Isto sim é evidência de uma vida transformada, e traria glória ao Pai celeste.
Rev. Jonas M. Cunha

Falso ou Verdadeiro

“De modo algum jureis...”. Mateus 5. 34


Muitas pessoas prometem que irão fazer uma coisa e não cumprem. Os judeus no tempo de Jesus costumavam jurar para que as pessoas dessem crédito às suas palavras.

Jesus chama a atenção dos Seus ouvintes, no Sermão do Monte, dizendo: “Ouviste que foi dito ...Não jurarás falso, mas cumprirás rigorosamente para com o Senhor os teus juramentos”. Ele se referia ao 3º Mandamento do Decálogo e mais especificamente a Levítico 19.12: “Nem jures falso pelo meu nome; pois profanaríeis o nome do vosso Deus: Eu sou o SENHOR”. O foco do mandamento era na verdade: “Não mintais uns aos outros, uma vez que vos despistes do velho homem com seus feitos” Cl 3.9. Deus proíbe a mentira, o engano e falsos testemunhos.
Porém, a ênfase que os fariseus davam era “não jureis falso pelo meu nome”, em vez de ser “não jureis falso”. Ou seja, somente o juramento que usasse o nome do Senhor não podia ser quebrado, mas os demais, podiam. Então eles juravam por outras coisas: pelo céu, pela terra, Jerusalém e pela própria cabeça (Mt 5.34-36). Porém Jesus mostra que jurar por estas coisas era o mesmo que jurar por Deus. Mas o que Jesus queria era que Seus discípulos fossem tão verdadeiros, que não precisassem ficar jurando, para que os outros acreditassem neles. Sua ênfase está na veracidade no coração “O que vive com integridade, e pratica a justiça, e, de coração, fala a verdade” (Sl15.2).
Jesus não está proibindo o uso de qualquer juramento, mas daquele que não procede de um coração sincero, está se referindo a um legalismo estreito e enganador, que exige um juramento para obrigar o cumprimento daquilo que foi falado. Temos vários exemplos de juramento na Bíblia (Gn 14.22-24; 31.53, etc), o próprio Deus jurou (Sl132.11). Porém, há uma distinção entre os momentos solenes, como diante de um tribunal, e na conversa do cotidiano.
Ser honesto e verdadeiro é o que o Senhor espera de nós: ”Por isso, deixando a mentira, fale cada um a verdade com o seu próximo...” (Ef 4.25).  
Rev. Jonas M. Cunha