terça-feira, 5 de agosto de 2014

Vencendo a Vingança

“...Qualquer que te ferir na face direita, volta-lhe também a outra”. Mateus 5.39

Recentemente o governo brasileiro pronunciou-se sobre os ataques de Israel à Faixa de Gaza como sendo “desproporcional”. Isto, verifica-se, frequentemente, no cotidiano das nações e também das pessoas, porque a tendência humana é de se vingar “a mais”.
No trecho de Mateus 5.38-42, Jesus aponta para o fato de ser citado a lei “olho por olho, dente por dente”, Levítico 24.19 e 20. E, lembra que o propósito era promover a justiça exata, mas não a vingança, e que a mesma dizia respeito à justiça pública, e não à vingança particular. Na maioria dos casos, a pessoa culpada tinha permissão para dar uma justa compensação pela avaria, pela ferida ou pela perca.
A “lex talionis” (lei da retaliação), referida primeiramente em Êxodo 21.12-36 (especialmente v. 23 e24), era a punição que visava equiparar o castigo à ofensa, e o meio de terminar com disputas e rixas. Mas Cristo mostrou um outro meio de fazê-lo.
 “Eu, porém, vos digo: Não resistais ao perverso” (v. 39). Jesus se contrapôs àqueles que viam neste princípio base para a vingança pessoal. Temos exemplos na Bíblia, como Abraão, foi libertar seu sobrinho Ló, embora este se revelasse cobiçoso. José, que generosamente perdoa seus irmãos. Davi, que por 2 vezes poupa a vida de seu perseguidor Saul. Estevão, ao ser apedrejado (At 7.60). E o próprio Cristo: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”.
Mesmo compelido por força a fazer alguma coisa por alguém (v.41), a pessoa pode demonstrar liberdade para fazer voluntariamente mais do que foi exigido, ao invés de fazer o serviço com má vontade.
Os fariseus apelavam para a lei de talião a fim de justificar a retribuição e a vingança pessoais. Citavam esse mandamento com o fim de destruir o seu próprio propósito. Entretanto, o Antigo Testamento já proibia a vingança pessoal (Lv 19.18; Pv 20.22; Pv 24.29).
Jesus está condenando o espírito de desamor, de ódio e de desejo de vingança. Assim, o que ele ensina são atitudes que, em vez de demonstrar (com palavras e atos) que se está cheio de espírito de rancor, demonstram amor.
Não temos o direito de odiar a pessoa que tenta nos privar de nossas posses (v.40). Nosso coração deveria encher-se de amor por tal pessoa e isto deveria revelar-se em nossas ações.
Enfim, em vez de nos vingarmos, deveríamos vencer o mal com o bem, surpreendendo os outros como o modo como os filhos de Deus reagem. Veja Romanos 12.17-21. Isto sim é evidência de uma vida transformada, e traria glória ao Pai celeste.
Rev. Jonas M. Cunha