“É
necessário, portanto, que o bispo seja irrepreensível, esposo de uma só mulher,
temperante, sóbrio, modesto, hospitaleiro, apto para ensinar (1 Timóteo 3.2)
Deus considerou a hospitalidade
importante o suficiente para fazer parte não somente uma vez, mas duas vezes da
lista de qualificações do homem de Deus, líder espiritual da Igreja (1Tm 3.2;
Tt 1.18). Por quê?
Podemos encontrar vários motivos para
esse fato:
1. Nas culturas bíblicas, a hospitalidade
era uma das principais marcas do caráter de um homem benevolente (Gn 18 e 19).
Revelava uma pessoa amiga, desprendida, ordeira e generosa – atributos tidos em
alta estima.
2. Como responsável pela família na
cultura do Oriente Médio, o home, não a mulher tinha a última palavra sobre o
uso da casa para receber outras pessoas.
3. Ser hospitaleiro significa estar aberto
para que as demais características que descrevem o homem de Deus sejam
conhecidas. Esta prova de caráter revela se o homem é o que aparenta ser, em um
contexto transparente, no qual não há lugar para dissimulações!
Infelizmente, a prática da hospitalidade
está ficando cada vez mais rara. Poucas pessoas estão dispostas a convidar
outros a compartilhar uma refeição ou passar um tempo em suas casas.
Fatores culturais na Igreja primitiva ajudam a
explicar a importância da hospitalidade no homem de Deus e por que foi um
ministério estratégico no início da Igreja. Mencionamos algumas das razões a
seguir:
1. A perseguição da Igreja era muito freqüente, o que
resultava em desemprego, exílio forçado, peregrinação e necessidade de moradia.
Um número expressivo de crentes foi disperso (cf. Tg 1.1; 1 Pe 1.1; At 8.1) e
eles precisavam de abrigo e refúgios seguros enquanto transitavam.
2. As estradas e as viagens eram perigosas porque não
havia rede de hotéis e hospedaria seguras (cf. Lc 10.25-37).
3. O ministério itinerante dependia de uma rede de
Igrejas em casa que dispusesse de hospedeiros dispostos a alimentar, hospedar e
encorajar os evangelistas em seus minisérios.
4.
As Igrejas locais funcionavam na casa dos membros,
muitas vezes, na casa do líder (v. Cl 4.15; Rm 16.3-5; 1 Co 16.19). Se ele não
era hospitaleiro, a Igreja não podia crescer.
Hoje, ser hospitaleiro, automaticamente, envolve
toda a família; por esse motivo, o líder espiritual precisa ter uma esposa e
uma família com a mesma disposição de servir para o Reino de Deus.
David Merkh