É necessário, portanto, que o bispo seja
irrepreensível, esposo de uma só mulher,
temperante, sóbrio, modesto, hospitaleiro,
apto para ensinar (1 Timóteo 3.2)
“Deus não me chamou para ser
professor!” Se você pensa assim, pode ser que tenha razão: nem todos os homens são ou precisam ser,
“professores natos”. Deus não exige que todos os homens exerçam o ministério de
ensino na Igreja local. O dom do ensino (Rm 12.7; 1 Co 14.26) é concedido
soberanamente por Deus a alguns indivíduos que são dotadas de uma capacidade
sobrenatural de transmitir a verdade e ver vidas transformadas à imagem de
Cristo. Mesmo que nem todos recebam o dom do ensino, todos os casados ou pais têm a responsabilidade bíblica de ensinar. No
mínimo, podemos dizer que Deus chama homens para pastorear sua própria família,
tarefa essa que inclui em grande parte o ensino. Deus, também, responsabiliza
os homens pela preservação da sã doutrina confiada à Igreja de Cristo.
Os puritanos entendiam bem o papel do
homem como mentor espiritual de toda a família. Leland Ryken, em Santos no Mundo, declara: Famílias não
se tornam automaticamente entidades espirituais. Alguém precisa orquestrar as
atividades. No pensamento puritano, o pai era essa pessoa. A Bíblia de Genebra
afirma que “os chefes de família” devem ser pregadores para suas próprias
famílias, para que, desde o maior até o menor, eles obedeçam a vontade de
Deus”. Outra responsabilidade puritanta teorizou que “Deus responsabiliza o
chefe da família por toda a família”.
O homem de Deus e o ensino em casa. A responsabilidade: Mais uma vez, o lar
é o primeiro lugar no qual o homem de Deus exerce a função de professor.
Novamente, o ambiente de casa serve de “peneira”, ou ferramenta, para ajudar a
identificar o homem fiel no ensino de pequeno rebanho familiar, que em última
instância poderá qualificar-se para ensinar o rebanho da Igreja. Você está desempenhando o seu papel como
“sacerdote do lar”? Em outras palavras, lidera sua família no estudo da
Palavra de Deus? Encoraja a todos a dedicar tempo diário na leitura e meditação
na Palavra?
O homem de Deus e o ensino na Igreja. A responsabilidade: A aptidão para
ensinar não é um pré-requisito dos diáconos, que aparentemente, estavam mais
envolvidos na ministração às necessidades práticas e diárias dos membros da
Igreja do que no ensino. Os presbíteros, por sua vez, precisavam estar
envolvidos na propagação do verdadeiro evangelho e na refutação de “outros”
evangelhos. Mal havia sido removida a pedra do túmulo de Jesus, e falsos
mestres já estavam semeando heresias no primeiro século (cf. 1 Tm 1.4). Paulo
define ainda melhor o que tem em mente, ao escrever no texto paralelo que esse
homem deve ser apegado à palavra fiel,
que é segundo a doutrina, de modo que tenha poder tanto pra exortar pelo reto
ensino como para convencer os que contradiazem (Tt 1.9). Há três aspectos
nesse ensino: 1. Deleitar-se na Palavra (apegado à Palavra fiel; v. 1Pe 2.2);
2. Doutrinar (de modo que tenha poder tanto para exortar pelo reto ensino).
Capacidade de exortar pelo ensino do verdadeiro evangelho faz parte do caráter
desse homem. 3. Defender (como para convencer os que o contradizem), refere-se
à capacidade de enfrentar e refutar os “outros evangelhos, defendendo o
evangelho contra os opositores.
David Merkh