segunda-feira, 26 de setembro de 2016

DEUS, O AUTOR!

Paulo, apóstolo de Cristo Jesus, pela vontade de Deus, de conformidade com a promessa da vida que está em Cristo Jesus, ao amado filho Timóteo, 
graça, misericórdia e paz, da parte de Deus Pai e de Cristo Jesus, nosso Senhor.”  (2 Timóteo 1.1-2).



Deus é soberano – a vontade de Deus é suprema. Isso significa não somente que ele pode controlar algo se desejar fazê-lo, mas significa que nada pode acontecer a menos que ele decida que isso deveria acontecer e, então, faça com que isso aconteça, mediante um poder ativo e invencível. A distinção é crucial. A falha em reconhecê-la tem resultado em absurdo e inconsistência mesmo naqueles que se consideram defensores da soberania de Deus. Deus não somente pode ativa e diretamente decidir e controlar tudo – como se fosse possível ele metafisicamente deixar algumas coisas funcionarem por si mesmas – mas Deus de fato ativa e diretamente decide e controla tudo, incluindo todos os pensamentos e ações humanas, quer boas ou más. Isso é verdadeiro por necessidade lógica, pois Deus é o único e universal poder metafísico que existe.
Estou lhe dizendo o que aconteceu a Paulo. Ele escreve que era um apóstolo de Cristo Jesus “pela vontade de Deus”. A frase em si pode se referir ao decreto ou preceito de Deus. Isto é, pode se referir à decisão eterna de Deus que Paulo seria um apóstolo, ou ao mandamento temporal de Deus que Paulo deveria ser um apóstolo. Parece que a frase em nossa passagem refere-se ao decreto de Deus. Deus decretou todas as coisas antes da criação do mundo, e ele concebeu Paulo e pré-ordenou que ele seria um apóstolo. Paulo escreve que foi separado no nascimento (Gálatas 1:15), mas ele não nasceu um cristão. João o Batista foi cheio do Espírito enquanto ainda estava no ventre da sua mãe, mas Paulo viveu uma vida de assassinato até o Senhor Jesus confrontá-lo. Ambos foram ordenados pela vontade de Deus, mas Deus decretou vidas diferentes para eles.
Não é que Deus “permitiu” Paulo correr solto até Atos 9. Deus tinha tanto controle de Saulo o Fariseu como de João o Batista. Seu plano demandou que Paulo estiver no caminho que estava antes de sua conversão. E Paulo nos diz pelo menos parte da razão: “Mas por isso mesmo alcancei misericórdia, para que em mim, o pior dos pecadores, Cristo Jesus demonstrasse toda a grandeza da sua paciência, usando-me como um exemplo para aqueles que nele haveriam de crer para a vida eterna” (1 Timóteo 1:16). O drama da conversão de Paulo serve ao drama maior da redenção. Deus tinha pré-ordenado que Paulo se tornaria um exemplo de um grande pecador que receberia misericórdia, de forma que “Cristo Jesus demonstrasse toda a grandeza da sua paciência”. Repetindo, isso foi em prol da demonstração, do drama. Mas para isso acontecer – para Paulo se tornar um grande pecador que recebe misericórdia – ele deve primeiro viver como “o pior dos pecadores”. Deus planejou e Deus fez acontecer – tudo isso. A vontade de Deus era que ele se tornasse o representante mais eficaz e prolífico da fé na igreja primitiva, pois a vontade de Deus nunca falha. Livro "Reflexões sobre 2 Timóteo".