A oração do Pai nosso é feita em termos familiares: Jesus nos ensina a invocar Deus como nosso Pai, do mesmo modo que ele fez – Mateus 26.36-42; João 17.1-26. A questão é que Jesus era Filho de Deus por natureza, a 2ª pessoa da Trindade, nós porém, somos criaturas de Deus. Que direito temos de chamar Deus de “pai”?
O ponto de Jesus, não é que todos os homens são filhos de Deus por natureza, mas que seus discípulos foram adotados na família de Deus, pela graça – João 1.12. Paulo diz que este é o propósito da encarnação – Gálatas 4.4,5. Portanto, orar a Deus como Pai é só para cristãos.
Em outros textos, Jesus destacou que seus discípulos deveriam orar em seu nome e por meio dele – isto é, olhando para ele como o único caminho ao Pai (João 14.6, 13; 15.16; 16. 23-26).
Somente aqueles que olham para Jesus como Mediador e como aquele que tomou sobre si os nossos pecados e se chegam a deus por intermédio dele têm o direito de, como filhos, falar com Deus.
Implicações da graciosa paternidade de Deus:
1- Como filhos adotados de Deus, somos amados tanto quanto aquele a quem Deus chamou seu “Filho Amado” – Mt 3.17. Ele nunca se esquecerá de nós, mesmo quando agimos com rebeldia. Ele está sempre mais pronto para ouvir do que nós de orar. Reconhecer a amável paternidade de Deus nos dá confiança para orar mais, por todos os aspectos de nossa vida.
2- Somo herdeiros de Deus. Os cristãos são co-herdeiros com Cristo da glória de Deus (Rm 8.17). Somos muito mais ricos e privilegiados que qualquer monarca ou milionário.
3- Temos o Espírito de Deus em nós. Além da restauração do relacionamento com Deus, acontece uma mudança de direção e desejo, de aparência e atitude, o que a Escritura chama de regeneração ou novo nascimento (Jo 3.6). Ele nos prontifica a clamar, como expressão de um novo instinto espiritual (Gl 4.6). E ele nos ajuda e intercede por nós (Rm 8.26).
4- Devemos honrar nosso Pai – devemos obedecê-lo e fazer sua vontade.
5- Amar nosso irmãos – cuidado e oração constante por eles – “Pai nosso; dá-nos... etc”
Rev. Jonas M. Cunha (adaptado)