terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Palavra da Vida

“Preservando a palavra da vida, para que, no Dia de Cristo, eu me glorie de que não corri em vão...” Fp 2.16


Houve um tempo, no Brasil, em que o cristão era conhecido como “o Bíblia” ou “aquela gente do livro da capa preta”. Embora esse apelido fosse empregado de forma depreciativa pelos de fora da igreja, assim como o próprio termo “cristão” foi cunhado pela primeira vez, em Antioquia (At 11.26), o apelido evidenciava a ênfase, os valores, as crenças daquele povo. De alguma maneira, o motivo da chacota era também o que tornava os cristãos distintos no mundo em que viviam.
O verdadeiro cristão ama a Bíblia. Ela tem o peso da autoridade da Palavra divina. É este o argumento de Paulo em 2Tm 3.16-17. Ele afirma de forma clara e inquestionável a autoridade absoluta das Escrituras. E após esclarecer que Deus é o autor da Bíblia, o apóstolo passa a alistar como podemos nos beneficiar dela. Por outro lado, podemos dizer que as Escrituras são serão proveitosas em nossas vidas, se antes não a reconhecermos como a Palavra de Deus.
 Calvino comenta que “Paulo, para afirmar a autoridade da Palavra, ensina que ela é inspirada por Deus. Porque se esse é o caso, então, não há qualquer dúvida que os homens devem recebê-la com reverência. Eis aqui o princípio que distingue nossa religião de todas as demais, ou seja: sabemos que Deus nos falou e estamos plenamente convencidos de que os profetas não falaram de si próprios, mas que, como órgãos do Espírito Santo, pronunciaram somente aquilo para o qual foram do céu comissionados a declarar”. (2 Pe 1.20-21). 
 As Escrituras são claras em afirmar Sua própria autoridade, poder e fonte divinas. O Salmo 119 enaltece repetidamente a Lei, santificando-a e afirmando sua capacidade de transformar, vivificar, animar, sustentar, guiar, nutrir, fortalecer, iluminar, encorajar, ensinar, advertir, exortar, corrigir. Através dela podemos conhecer a Deus, Seus atributos, Seu caráter, Sua grandeza, poder e glória, e sobre nós, nossa criação, queda e condição, e Seu plano redentor.
 Entretanto, a Bíblia tem enfrentado os mais brutais ataques ao longo dos séculos.  Houve tentativas de desacreditá-la, diminuir sua relevância, com o secularismo, pela negação de valores absolutos que caracterizam o pós-modernismo, e de dentro da própria comunidade cristã, pelos liberais e neo-ortodoxos, e mais recentemente pelos hiper-pentecostais, que suprimem a autoridade e suficiência das Escrituras, substituindo-as ou equiparando-as a experiências místicas e novas revelações. Mas Deus mesmo a defende e preserva. Por isso, devemos nos aproximar da Bíblia com reverência. Temos que amar a Bíblia. 
Rev. Jonas M. Cunha